Percebo que os ressentimentos são tipos de ervas daninhas que podem infestar nosso coração e que podem até mesmo obscurecer o brilho do amor, criar uma fortaleza de raiva, vingança e hostilidade generalizada contra o alvo. Hoje percebi com a fala de uma amiga, todo o ressentimento que ainda consome o seu coração. Há cerca de 10 anos separada do marido por ter se sentido traída, ainda hoje vibra com as dificuldades emocionais e de relacionamento do ex. Interessante que esta minha amiga é uma fervorosa “amiga” de Jesus, diz que segue seus exemplos e lições. Acontece que Jesus é considerado o embaixador do amor, sua principal missão aqui entre nós foi nos ensinar a amar uns aos outros, disse que reconheceríamos os seus discípulos justamente por essa capacidade de amar. Então, parece um paradoxo, uma pessoa considerar tanto um mestre e não seguir, ou procurar seguir suas lições. Sou criticado por essa mesma pessoa por minha conduta de amar de forma não exclusiva, de amar mais de uma pessoa, inclusive mulheres, inclusive no campo íntimo. Também me considero como um discípulo de Jesus, procuro me conduzir dentro das suas lições. Quando Ele fala do Amor Incondicional, procuro seguir a risca, então não respeito barreiras que evitem o Amor se expressar. Condena o adultério. O meu modo de ver o Amor Incondicional entra em conflito assim com a instituição do casamento. Caso eu fosse amar outras mulheres fora do casamento estaria cometendo adultério. Para evitar o conflito, deixei de considerar os critérios do casamento, e na época discuti isso com minha esposa. Abrimos assim o casamento para outros envolvimentos afetivos, tanto para mim como para ela. Claro, isso não tem a conotação sexual exclusiva, como se pode pensar. O foco do relacionamento está centrado no amor, que tenha ou não o sexo. Não tenho ressentimentos por nenhuma atitude raivosa que a minha primeira esposa, a segunda esposa também, tenham tido contra mim em função do meu comportamento que sempre foi transparente. Meu coração está limpo para amar e ser amado, de esquecer as ofensas recebidas, de gravar os benefícios que alguém possa ter me proporcionado. Agora a minha amiga, mergulhada em seus ressentimentos, não usufrui dos benefícios do Amor que o nosso mestre ensinou. Como vencer essa tendência a deixar dentro de nossa mente esses pensamentos que se repetem anos após anos, cheios de ressentimentos? Acredito que a prática do próprio Amor sirva de meta para o nosso destino espiritual e também de remédio para nossas almas.