Mesmo que tenhamos toda a liberdade para conduzir a nossa vida, mesmo assim em algum aspecto temos que obedecer a limites. Sei que tenho um bom nível de liberdade, mas sei também que devo respeitar muitos limites de aceite consciencial. São geralmente limites que dizem respeito aos desejos do corpo. São desejos que cumprem até uma função necessária à manutenção da minha vida, mas que devem ser podados para não entrar nos excessos e passar a prejudicar o próximo ou a mim mesmo. Um desses limites diz respeito ao meu corpo, à minha alimentação. Sei que devo me alimentar diariamente de forma suficiente a manter a estabilidade e salubridade do meu corpo. Sei que o ato de alimentação traz o sentimento do prazer, uma espécie de pagamento que a Natureza me proporciona para que eu realize com motivação esse ato necessário a sobrevivência. Devido a esse prazer existe a tendência de nos alimentarmos mais do que o necessário, gerando depósitos de gordura desnecessários, obesidade e uma condição insalubre. Ontem rompi este limite. Fui jantar na casa do meu irmão e como sempre a mesa é farta e apetitosa. Comi diversas vezes e em grande quantidade. Sai de lá sem conseguir mais beber a água que eu precisava para matar a sede. Ao chegar em casa não conseguia deitar na cama para dormir. Logo que eu fazia isso, a alimentação entupida no estomago e demais câmaras digestivas forçava a saída, uma condição chamada de regurgitação esofágica. Fiquei grande parte da noite em pé ou sentado, esperando que a comida tomasse o seu trânsito e aliviasse a pressão. Fiquei a meditar o grau de ultrapassagem que fiz nos meus limites. Isso merece que eu me esforce para fazer o contraponto, ficar no mínimo três dias de jejum e aliviar toda a carga, tanto no trânsito intestinal, como em todo o resto do organismo. Isso me levará a paz da consciência que hoje me acusa de ter quebrado os limites, de não ter tido força para resistir ao desejo inadequado de comer em demasia.