Continuo na luta ferrenha a nível de consciência, fazer habitar em mim o anjo da caridade, deslocando o egoísmo, o medo, a arrogância, a prepotência, o medo, a vaidade, enfim uma série de sentimentos menores. Hoje tive uma vitória extraordinária. Uma criança dos arredores do hospital estava no estacionamento pedindo uma pratinha. Venci a resistência e falei com ele amistosamente, pronto a dar a pratinha desejada. Perguntei o que ele fazia, onde morava, e me dirigia para abrir o carro. Foi quando percebi que o menino olhava assustado para o final da escada onde vi surgir a figura do vigilante dizendo que não permitido ficar pedindo ali dentro. Notei que ele se encolhia e já procurava a saída. Disse baixinho para só ele escutar que me esperasse fora. Quando sai, dobrei a rua e deixei que o muro do hospital cobrisse do guarda a visão do meu carro. A criança se aproximou e dei a pratinha que ele esperava e fiz uma observação de que não era permitido ficar naquele local a pedir. Ele não disse nada, com um sorriso foi embora. Saí também a meditar que fiz uma ação contrária ao regulamento do hospital, infringi a lei, eu que enquanto professor e com um cargo de direção devia observar. Mas não me sentia como um criminoso, pelo contrário, estava exultante por ter feito essa proeza. Venci minha resistência de doar até mesmo num ambiente onde tudo favorecia eu me omitir. Senti até uma lágrima de satisfação rolar por meu rosto e de imediato lembrei que há poucos dias eu tinha derramado lágrimas também ao pedir perdão ao Pai por não ter auxiliado um irmão que havia me estendido a mão. Entendi que este meu ato agora me resgatava daquele pecado do passado, do peso em minha consciência. Vi que eu tinha feito um grande negócio, com uma simples pratinha fiquei quites com meu Criador.