Estava de passeio em Passa e Fica-RN e enquanto fui na mala do carro estacionado na frente da Pousada onde fiquei hospedado por uma noite, uma pessoa maltrapilha do lado de fora acena para mim, deseja um real. Resisto a minha tendência de acenar negativamente com a mão. Vou em sua direção. Converso amistosamento com ele. Fala que é um agricultor, mas que não conseguiu plantar neste ano devido a seca. Era verdade. Em todo o Estado vários municípios tinham declarado situação de emergência, apenas nos últimos dias é que caíram fortes chuvas, principalmente nas áreas litorâneas. Dei o Real solicitado de forma amistosa e natural. O tratei como um irmão que necessitava. Não penetrou na minha mente pensamentos de que eu estava sendo ludibriado por um vagabundo que vivia dessa forma a pedir sem outro compromisso com a vida. Bem que eu poderia ter aprofundado um pouco mais a conversa e saber um pouco mais da sua realidade. Mas isso poderia também o incomodar. Enfim, foi mais um teste que a Caridade realizou e dessa vez, acredito que me sai bem melhor do que das vezes anteriores. A consciência não apontou grandes críticas. Acredito ser merecedor de pelo menos um oito.