Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
07/07/2012 00h55
BELEZA MATERIAL E ESPIRITUAL

            A beleza é um fator que nos atrai. No campo material a beleza física é um dos importantes atrativos do ser humano. Depende de uma série de elementos, como juventude e traços anatômicos, em primeiro plano. Nossa atenção é atraída por tais seres e logo é desperto um desejo de interação íntima com vistas à reprodução. É o campo dos interesses materiais, biológicos, instintivos, onde prevalece o interesse reprodutivo, onde nossos genes reconhecem um bom partido para que possa se reproduzir com êxito, que o parceiro tenha como fertilizar e desenvolver um feto com seu quadril avantajado, que possa o alimentar com êxito, com sua mamas proeminentes, que tenha capacidade de prover o sustento com o respectivo capital financeiro e de poder à sua disposição, geralmente do lado masculino. Então, todos os elementos capazes de tornar o sucesso reprodutivo viável, entra em cena. Por outro lado, existe o interesse espiritual, que muitas vezes está no lado oposto dos interesses materiais. No campo espiritual prevalece o esforço que o espírito demonstra no campo moral, no reconhecimento e obediência a Lei de Deus, a Lei do Amor. Quanto mais esse objetivo espiritual toma conta do campo da consciência e direciona o comportamento, mas a pessoa resplandece a beleza espiritual. Não é possível sua identificação num primeiro momento. A beleza física que nos atrai de imediato, pode não ser correspondida no campo espiritual, pelo contrário, prevalece sempre os valores egoísticos próprios do mundo material. Caso a pessoa tenha o mesmo nível de vibração mental, não existe repulsão e a interação pode ser feita na obediência desse interesse ser suprido por ambas as partes, ou na dependência do lado mais forte, que impõe a sua vontade no detrimento do outro. Caso um dos lados da questão tenha desenvolvido a estética espiritual, mesmo que seja atraído no primeiro momento pela beleza física, logo que descubra a falta do interesse espiritual do outro, haverá uma repulsão também natural, uma força superior que impede o aprofundamento da relação até o campo íntimo.

            Sei que ocorre assim, pois é assim que se processa comigo. A pessoa que desperta minha atenção por sua beleza, logo é avaliada também por seus aspectos espirituais. Não encontrando esses valores espirituais, o meu interesse não tem mais a motivação para o aprofundamento. Sei também que essa triagem é importante, mas que não é bem desenvolvida. Sei que existe falhas no processo, pois chego a me apaixonar por pessoas que no desenvolver da relação desenvolve valores materiais muito mais fortes do que os valores espirituais. Prevalece nessas pessoas o egoísmo e não conseguem direcionar o seu pensamento e sentimentos para os interesses espirituais, da solidariedade, do amor incondicional, da justiça, da compaixão, etc. No decorrer do relacionamento podem chegar até a inverter o sentimento de amor que diziam sentir, quando percebem que seus interesses materiais estão sendo colocados em segundo plano.

            Hoje estou um pouco mais amadurecido nesse tipo de relacionamento. Mesmo que me sinta apaixonado por alguém, não mais irei até a profundidade do relacionamento íntimo sem antes dizer com toda a clareza, da prevalência dos valores espirituais em minha vida, que o meu amor jamais será exclusivo para ninguém e que ele jamais esquecerá quem quer que seja. Mesmo que eu me sinta odiado pela incompreensão e intolerância de quem pensa de outra forma, jamais eu irei desenvolver o mesmo sentimento de raiva ou de ódio. O meu amor, se não tiver a recíproca do outro lado, se não consegue se manifestar pela repulsa do outro, jamais deixará de sentir por essa pessoa o amor que um dia sentiu. O meu amor jamais esquece, e sempre sentirá a saudade como resquício do amor que ficou dentro de mim.

            Então, hoje procuro desenvolver os meus atributos de beleza, tanto os materiais quanto os espirituais, mas com um empenho cada vez maior na beleza espiritual.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 07/07/2012 às 00h55
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