Fui hoje interrogado a respeito da bênção que os filhos pedem ao pai. Esse assunto não me incomodava, tenho como preceito central na vida a liberdade e os filhos podem decidir se querem tomar ou não a bênção, principalmente na fase atual de vida ou todos, com exceção de um, já são adultos. Lembro que quando menores e eles pediam a bênção, eu sempre transferia para Deus a responsabilidade: “Deus te abençoe!”
Agora eles não têm mais essa chance de eu pedir a intercessão CE Deus nessa bênção. Isso é um prejuízo, ou não? Avaliando do meu ponto de vista, espiritualizado, acredito que sim. Agora do ponto de vista deles, parece que não, pois afinal não foram eles que tomaram a iniciativa do “esquecimento”? Mas eu não devia exercer o meu papel de pai e cobrar uma ação que eu acho importante? Mesmo que na fase da adolescência rebelde isso fosse até esperado da parte deles, mas talvez eles esperassem a cobrança da minha parte. Enfim, o veredicto final sob a minha ação displicente é negativo. Deixei de exercer o papel do pai com relação a um rito significativo, qualquer que seja a religião que qualquer um deles venha assumir. Sei que parece estranho chegar perto deles enquanto adultos e fazer essa cobrança. O que pode ser cobrado é daquela que ainda é menor de idade e que vive diretamente sob minha dependência. Quanto aos outros, o que osso fazer é numa ocasião apropriada, onde todos estejam reunidos comigo, eu levantar o problema como estou considerando aqui neste momento. Reconhecer frente a eles minha falha nesse aspecto e esperar que eles não cometam a mesma displicência na educação dos seus filhos. E quanto a Deus, peço perdão a partir de agora pela minha falha na educação dos filhos que Ele colocou sob a minha responsabilidade e procurarei compensar de alguma forma essa deficiência que gerei neles, essa oportunidade deles receberem as bênçãos de Deus a cada dia.