A relação tradicional entre professor e aluno é de ensino-aprendizagem. O professor na posição de ensinar e o aluno na condição de aprendiz. Também se entende que o professor é quem detém maior quantidade de conhecimentos, de sabedoria e que está disposto a ensinar. O aluno reconhece sua deficiência e a superioridade intelectual do professor e a ele se submete com o intuito de saber tanto quanto ele e até de o suplantar de acordo com os seus esforços de aprender e a honestidade do professor em ensinar. Resolvido essa relação, então o processo de aprendizagem tem andamento. É importante que o professor tenha firmeza no ensino da verdade que ele detém e o aluno tenha humildade de receber o ensinamento para corrigir o grau de ignorância que possui. Tenho ao meu redor, nos relacionamentos que possuo, diversas pessoas com maior nível de intimidade. Algumas considero meus professores e a outros considero como meus alunos. Tenho o maior cuidado de, na condição de aluno, ter sempre a humildade de receber os ensinamentos, de corrigir minha atitude quando percebo que o orgulho quer se manifestar quando recebo uma informação que vai de encontro ao que eu penso e sinto. Por outro lado, devo também ter o maior cuidado em ser firme na transmissão do meu conhecimento para aquele que considero e ele também, como meu aluno. Quando observo qualquer falha no comportamento do aluno, chamo a atenção do erro que está sendo cometido e passo a ensinar o caminho correto de acordo com os prognósticos racionais que minha inteligência consegue apreender. Muitas vezes, no entanto, o aluno se rebela com o conhecimento que recebe, mesmo reconhecendo racionalmente da sua verdade e pertinência na aplicação dentro da sociedade. Reclama que o professor só percebe a sua ignorância e não o que ele já sabe. Não percebe ele que é esse o papel mais nobre do professor: identificar a ignorância e substituí-la. O elogio do que já se sabe também é importante, faz muito bem ao ego e pode alimentar o orgulho. A crítica do que não sabe é o que mais poder tem de transformar o pensamento naquilo mais próximo da verdade. Devo ser firme com o monstro do orgulho quando se sente ofendido, mostrar ao aluno com toda a clareza a sua existência e o impedimento que ele quer atingir de absorção de novas verdades, criação de novos sentimentos e a capacidade de aplicar novos comportamentos no meio onde os relacionamentos acontecem.