Dom Frei Severiano Clasen, OFM (Ordem dos Frades Menores) dizia que é nobre termos consciência que todos somos chamados para algo na vida. Vocação é um chamado de Deus. Deus tem uma missão para cada um de nós. Eu me senti compelido a responder com a minha própria vida o que Deus espera de mim. Não foi o impulso para viver em algum mosteiro, de fazer votos de castidade, obediência e pobreza. Mas senti que Deus me chamava para fazer algo de bom, com o meu modo de ser, com minhas atitudes, com carinho e com entusiasmo. Mesmo que aparentemente seja um comportamento fora da Lei de Deus, pois vai de encontro a formação da família nuclear que entendemos enquanto sociedade, ser a base da comunidade cristã. Mas assim como Francisco foi chamado para reformar a igreja suntuosa e mostrar o valor da humildade e da pobreza, assim eu sinto que fui chamado para construir uma alternativa de relacionamento onde o amor inclusivo fosse considerado com maior respeito e hierarquia já que se encontra mais próximo do amor incondicional, do amor universal. Responder a esse chamado significa me tornar estranho aos olhos do mundo material onde o egoísmo impera tendo como base o amor exclusivo. Significa que serei tratado com rispidez, raiva, até ódio, quando eu não dedicar a exclusividade do meu amor para alguém que assim espera que aconteça. Apesar disso tudo, também significa que terei de ser mais solidário até mesmo com os adversários, ter mais compaixão e ser honesto e transparente nas minhas ações. Assumir essa vocação é dedicar a minha própria vida à vida dos meus semelhantes, do meu próximo, independente dos laços de amizade ou de sangue; é ter clareza da vontade de Deus, de ficar sempre atento ao que Ele deseja que eu faça na família, na igreja e na sociedade, para ser o Seu instrumento voluntário na formação do Seu Reino de amor, justiça e solidariedade.