É uma frase muito usada pelos mendigos na tentativa de despertar a caridade a quem se dirige. De tão usada termina por perder o seu sentido, é apenas um refrão para quem fala e para quem ouve. Também poucos sabem qual a dimensão desse amor de Deus, inclusive nós, acadêmicos, conhecedores dos livros sagrados, das tecnologias modernas, dos avanços das ciências. Eu, particularmente, tenho a ideia de que esse amor de Deus é o Amor Incondicional, é o que minha consciência aceita como mais próxima da verdade, mas não tenho absoluta certeza. Sei que ainda sou muito ignorante e uma conceituação mais apropriada pode existir. Mas, para orientar a minha conduta frente aos diversos relacionamentos que a vida me oferece, sinto que essa conceituação, no atual contexto dos meus conhecimentos, é a mais apropriada.
Na tentativa de me comportar pelo amor de Deus, procuro aplicar o amor inclusivo (não-exclusivo) em todos meus relacionamentos como a forma mais coerente de me relacionar também com Deus. Dessa forma os interesses materiais, quaisquer que sejam eles, ficam em segundo plano. Acredito que eu esteja com um bom desempenho nesse caminho, mas as parceiras que decidem caminhar ao meu lado com esse mesmo objetivo, sempre estão a fraquejar quando percebem que não tem a exclusividade que desejam, que outra pessoa ocupa o meu tempo, interesse e amor. Quando percebo essa situação de sofrimento do outro por meu comportamento, por um mecanismo de empatia, tendo a sofrer também. Avalio que não tenho culpa nesse sofrimento, pois todo o meu comportamento foi previamente esclarecido. Cada uma que decide caminhar comigo não deveria se preparar para suportar toda a pressão que um relacionamento de amor inclusivo exerce sobre o tradicional amor exclusivo? Por que não evitar a sensação de coitadinha ou de raiva por um comportamento que já é previsto e esperado? Tenho ímpetos de pedir aos meus relacionamentos como fazem os mendigos: PELO AMOR DE DEUS! Nos momentos difíceis tenham bom ânimo e vençam a tendência natural de autopiedade, raiva ou esmorecimento.