São Francisco na sua Carta aos Fiéis (segunda recensão) se dirigiu a todos que habitam o mundo inteiro, com reverente submissão, e disse entre outras coisas que Jesus quer que sejamos salvos por Ele e que o recebamos com o coração puro e com o corpo casto.
Fiquei a meditar sobre essas duas condições que São Francisco adverte para recebermos o Cristo: coração puro e corpo casto.
Passei a meditar sobre essas duas condições. Quanto o coração puro entendo estar ele livre do pecado e cheio de virtudes. Quanto ao corpo, o entendimento é mais complexo. O corpo é parte da matéria, matéria viva com responsabilidade na reprodução, senão deixa de existir. A castidade é a virtude moral que inclina o homem ou a mulher a oferecer amorosamente sua intimidade a Deus e aos demais, de acordo com sua própria condição e características, masculinas e femininas. Consiste no hábito que ordena retamente o uso da faculdade procriativa. O Papa Bento XVI ensinou em sua primeira Encíclica “Deus Caritas Est” que tanto Eros quanto Ágape são aspectos do mesmo amor divino.
Dessa forma compreendo que o ato sexual por si só, não consiste em pecado, é uma atividade importante da conduta humana e que tem também a sua essência divina. O pecado consiste na sua utilização mundana, com o objetivo de obter apenas o prazer dos sentidos e até exagerá-los nas formas das diversas taras, pornografias, pornofonias e demais pornôs. Compreendo que existe uma série de regras, regulamentos, tabus culturais, todas com o objetivo de disciplinar a força do instinto sexual e evitar injustiças de toda espécie. Estamos dessa forma dentro de um emaranhado de leis e normas culturais que muitas vezes não evitam as injustiças a que se propõem e ainda impedem o fluir do amor incondicional.
Com essa compreensão é que lembro das lições de Jesus quando Ele diz que a maior Lei é a do amor incondicional, que é expressa no “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. Então o meu foco é o Amor Incondicional. Quando surge o amor romântico, reconheço ser ele um derivativo do amor incondicional, como assim é o amor paterno, filial, fraterno, conjugal, patriótico, etc. qualquer derivativo do amor incondicional pode e deve ser expresso, pois são as diversas expressões do Amor Divino, o amor do Pai por todas as suas criaturas. O Amor romântico que tende a exclusividade e à sexualidade deve também ser expresso. Cuido que isso aconteça dentro da minha filosofia e pratica de vida, mas sem que jamais seja contrário ao amor incondicional, pelo contrário, que sirva para o reavivar e o disseminar com força ao redor das minhas influências nos relacionamentos, quer sejam próximos ou distantes.