A cosmovisão (ou paradigma) pode ser considerada como os óculos pelos quais olhamos para a vida e tomamos posição. Se os meus óculos fossem do tipo “quero muito ser rico” seria insensato perder qualquer oportunidade de ganhar mais, mesmo abrindo mão do descanso. Tenho um amigo que usa esses óculos. Assume uma grande quantidade de plantões mesmo prejudicando os momentos de descanso e lazer. Também assumo uma grande parcela de trabalho, mas procuro preservar um espaço para o descanso e o lazer, mesmo que para isso eu abra mão de recursos financeiros. Mas esse é apenas um aspecto da minha cosmovisão.
Cada pessoa termina assumindo determinado comportamento e mesmo sem saber da existência desses conceitos, aplica uma cosmovisão ao seu redor. Paulo de Tarso deixa claro nas suas atitudes depois da conversão de Damasco, que sua cosmovisão era ser imitador do Cristo. Ele havia compreendido que foi criado para ser gente, mas por causa da desobediência (pecado) se tornou menos gente. Paulo enxergou em Jesus o modelo e entendeu o alvo divino para nós: fazer-nos gente de novo, segundo o modelo de gente perfeita: Jesus Cristo.
O mundo oferece inúmeras opções de óculos: ser rico, ter poder, fama, carreira profissional, viagens, prazer, etc. Também devemos considerar a transitoriedade das opções, pode ser que aquilo que desejamos não tenha constância ao longo do tempo.
O centro da minha cosmovisão é aceitar a existência do mundo espiritual como hierarquicamente superior ao mundo material, que existe uma evolução constante que acontece ao longo da eternidade, que devo priorizar a evolução dos aspectos morais associados ao meu espírito e atender as exigências do corpo naquilo que for necessário para a sua correta subsistência e reprodutividade, sem exageros de qualquer espécie. Para cumprir a jornada dentro desta cosmovisão, aceito os ensinamentos de Jesus como os mais coerentes, da Lei do Amor incondicional como a principal Lei do universo e que se confunde com o próprio Deus.