Hoje é o dia do perdão. Deixo de lado a modéstia afiro a medalha de ouro no meu peito. Se existe uma competição no mundo espiritual, de quem á mais capaz de perdoar, me considero o campeão. Sei que é um exagero, muitas outras pessoas que passaram por este mundo tem uma capacidade muito maior de perdão do que a minha, tendo como ícone dessa capacidade o exemplo de Jesus, que do alto do madeiro, com o corpo cravejado de torturas e a alma escarnecida pelos brutos, irradiava dos píncaros do sofrimento ondas de perdão pela massa ignorante. Mas vamos dizer que estou na competição da terceira divisão, como nos jogos de futebol. Então eu acredito que mereço minha medalha de ouro. Volto a atenção para minha consciência e não vejo nada ou ninguém que eu tenha ódio, raiva ou queira o mal. Todos que me tratam mal, que me ameaçam, que evitam ficar ao meu lado, não me recebem, que me agridem, maldizem ou injuriam, mesmo sabendo que tudo é injusto, perdoo de imediato ao agressores. A minha alma está limpa, a ação detergente do perdão limpa a cada momento que é preciso todas as câmeras do coração, muitas vezes com as lágrimas mudas do sofrimento.
Nesse ponto me congratulo com Deus e sei que Ele me observa com satisfação, por eu conseguir cumprir tão nobre ação. Isso traz também uma boa compensação para aquilo que faço ou deixo de fazer pela fraqueza no combate à preguiça e à gula. Da mesma forma que consigo, mesmo não sendo tão perfeito, a perdoar todos que me injuriam sem razão, o Pai, que é a total perfeição, com certeza estará me perdoando das minhas fraquezas.
Rogo por aqueles que, por ignorância, cometem tantas barbaridades comigo, e procuro nas oportunidades ensinar a verdade que tão sabiamente o Cristo nos educou. E peço perdão ao Pai também por estas palavras que exaltam o meu ego, pois mesmo sendo justo o que é dito, a modéstia deve prevalecer para que não prevaleça o orgulho.