Percebi que eu estava sendo auditado no campo espiritual em diversos aspectos. Então me preparei para o que viria a seguir. Foi a Caridade. Parei no sinal e os meninos estavam na sua labuta, com balde e rodo nas mãos limpando vidros, mesmo sem ser autorizados e depois estender a mão em busca da pratinha. Notei a resistência vir em minha direção. Sei de todas as qualidades para a febre ser digna do seu nome, e uma delas é considerar e respeitar, elo menos, o ser humano que se mostra necessitado. Não era isso que percebia naquelas crianças, eram pequenos aproveitadores explorando a caridade dos mais bondosos. Lembrei por outro lado, de que eu estava sendo auditado, lembrei de São Francisco que dizia que cada esmola servia como a água para lavar os pecados. Com toda essa argumentação me preparei para ser abordado, de olhar carinhosamente para o pequeno, lhe dirigir alguma palavra de solidariedade. Mas o sinal abriu e não chegou o meu teste real. Tudo se passou no campo da consciência e mesmo assim não consegui ter um bom desempenho. Notei que minha caridade não tem nada de espontânea, pelo menos nesse contexto das ruas. Mas esse é o único caminho que tenho para aperfeiçoar essa faceta da minha espiritualizada. Tenho que manter sempre esse comportamento de caridade forçada, sabendo que a devo fazer com alegria e simpatia, solidariedade e compaixão para quem sofre, mesmo que seja uma criança e não se veja lágrimas de dor em suas faces, muito mais se ver sorrisos debochados, indiferentes ao sofrimento que ronda a vida de todos eles.
Cada vez mais percebo a minha incompetência espiritual em todos os aspectos da auditagem que estou sofrendo até o momento. Já reconheci com humildade a minha deficiência e agora peço apenas ao Pai forças para que eu possa me defrontar com os próximos testes e com a minha fragilidade com toda a hombridade possível.