Meu comportamento por ter se tornado tão diferente dos comportamentos das pessoas da minha comunidade, mesmo não querendo e não agindo para fazer mal a ninguém, se tornou um estranho no ninho do status quo. Por não querer nem fazer o mal a ninguém pode ser tolerado e até contemplado como “interessante”. Mas quando se volta para estruturar um relacionamento, percebo o sofrimento que passa a existir nas pessoas que assim decidem, por incapacidade de colocarem em prática as ações que justificam o amor inclusivo, que é a base desse relacionamento tão diferente. O que justifica que eu, mesmo percebendo esse sofrimento ainda permaneça o mantendo, é porque eu também percebo que o bem que eu trago a essas pessoas é bem maior do que o mal que é causado. Mas não deixa de existir sofrimento e isso me incomoda. Quanto mais perto de mim, por mais prazer e bem que isso cause, mais forte é o sofrimento que se instala. A percepção desse sofrimento no outro, também causa sofrimento em mim. Então, estou sendo obrigado a chegar a uma conclusão: viver sozinho!
Percebo agora que esse comportamento de viver sozinho sem uma companhia afetiva do sexo feminino, que é observado nos grandes Avatares da humanidade, como Jesus Cristo, pode ter essa razão. A proximidade afetiva, a intimidade sexual, desperta com muita força todos os instintos animais que dormem em nós e exigem a exclusividade afetiva que é próprio de sua natureza. Quando se bloqueia esses instintos com base na razão intelectual e espiritual, o sofrimento é grande para aqueles que não se prepararam para isso ao longo do tempo, como eu. Então os Avatares, percebendo esse núcleo de conflito tão doloroso nesse tipo de relacionamento com base no amor inclusivo, o evitaram em todas suas experiências. Sempre fiquei curioso com esse comportamento, era como de dissessem, “faça o que digo, mas não façam o que eu faço.” E diziam suas fórmulas de Amor Incondicional para que formássemos os relacionamentos, e nós, com nossa “sapiência” e “sintonia com a vontade de Deus” criamos a estrutura do casamento tradicional baseado no amor exclusivo para fazer a sua prática. Verifico essa incoerência e tento estruturar os relacionamentos na sintonia com o amor incondicional e me vejo agora dentro de outra incoerência: as pessoas que decidem participar dessa construção não deixam de sentir os condicionamentos culturais de séculos e sofrem tanto quanto mais perto ficam de mim. Então chego a conclusão que devo assumir a postura dos Avatares e também viver sozinho, sem nenhum tipo de ligação afetiva que tenha nas suas origens instintivas o exclusivismo afetivo. Continuarei sim, a tentar colocar na prática o relacionamento inclusivo com quantas queiram dele participar, mas sem caracterizar um companheirismo constante e sim ocasional de acordo com as circunstâncias. Esse será um novo padrão que tentarei implementar a partir do próximo mês, padrão comportamental que está mais próximo do comportamento dos Avatares. Peço a Deus que continue a iluminar sempre a minha consciência e de todas minhas companheiras, que nos dê a sabedoria de construir a Sua vontade sem trazer tanto sofrimento ao nosso redor.