Jesus ensinou que devemos construir o Reino de Deus,, inicialmente em nossos corações e partir daí ampliar a sua ação ao longo de nossa área de influência. Como sempre procurei ser um aluno aplicado nas lições que recebo dos meus mestres, tantos encarnados quanto desencarnados, com instruções da matéria quanto instruções do espírito, procurei fazer essa primeira lição. Ao longo do tempo fui fazendo uma faxina sistemática do coração para retirar de dentro de sua intimidade os sentimentos negativos como inveja, ciúme, ganância, e tantos outros. Fiz bons progressos, hoje me considero em condições de ampliar o que conquistei ao longo dos meus relacionamentos. Sei também que não estou com o coração totalmente limpo, em momentos de tensão ainda sinto despertar traços de raiva, de vingança, de ressentimentos, de intolerância... são os que observo ainda subirem a superfície da consciência. Mas isso não impede de eu sentir que já estou vivendo o Reino de Deus. Agora, o passo seguinte de criar relacionamentos com o mesmo paradigma do Reino de Deus, que tenha o Amor Incondicional como principal norma de conduta, é um tanto mais complicado. Complicado porque não estou trabalhando apenas o meu comportamento, como foi o caso de eu fazer a Reforma Íntima para limpar o meu coração dos sentimentos negativos e a mente dos comportamentos egoístas. Agora eu me deparo com a outra pessoa, que apesar de avaliar os meus argumentos do Reino de Deus como impecáveis e de procurar segui-los como Jesus nos ensinou, vai se deparar logo em seguida com os imperativos da matéria, dos instintos, do egoísmo. Como não têm o preparo cognitivo e emocional que o tempo e a vontade de transformação me fizeram conquistar, essas pessoas logo caem e recaem frequentemente envolvidas nos pensamentos e sentimentos egoístas. Não basta eu dizer da incompatibilidade que existe entre o egoísmo e o amor incondicional. Elas até conseguem perceber a veracidade de minhas palavras, mas não conseguem se livrar do incêndio de egoísmo que lhes deixam inflamadas. Isso gera arroubos de raiva, ressentimento, medo e isolamento que tende ao rompimento da relação. É o confronto do amor romântico, digno representante do egoísmo, com o Amor incondicional, digno representante do Reino de Deus. É nesses momentos que sinto despertar em meu coração também as fagulhas que teimam em não se apagar, da raiva, intolerância, vingança... mas logo em seguida vem a compreensão de que estou vivendo no Reino de Deus e que essa pessoas que estão ao meu lado e se comportam dessa forma, ainda não estão vivenciando esse Reino como eu faço. Tenho a responsabilidade, então, de exercer as características do cidadão desse Reino, de ser compassivo, tolerante, acolhedor do sofrimento e não deixar o Amor Incondicional que recebo diretamente do Pai ser contaminado com as fagulhas egoístas que ainda existem em meu coração.