Anselm Grün defendia que: O Reino de Deus significa que: Deus governa o mundo e também a mim. Quando Deus governa, então o ser humano é verdadeiramente livre, surge então paz e harmonia na terra. O Reino de Deus deve vir através de nós. Jesus explica esse pedido do Pai-Nosso pela imagem do sal da terra e da luz do mundo. A medida que formos, por meio do nosso comportamento conciliador e reconciliado, luz neste mundo, o Reino de Deus chega ao mundo através de nós.
Concordo com o que ele fala. O Reino de Deus deve ter na liderança o próprio Deus, é o dirigente maior, o próprio Rei, capaz de governar o mundo e aos indivíduos. Mas a exteriorização de Deus deverá ser feita por nós, somos nós que devemos viabilizar esse Reino. E Jesus dar uma orientação fundamental para isso acontecer, o primeiro passo: ter um comportamento conciliador e também ser reconciliado para assim se tornar o sal da terra e a luz do mundo. Existem muitas oportunidades de exercitarmos a reconciliação, principalmente nos relacionamentos, dentre estes o mais central, o relacionamento afetivo.
Os afetos sofrem mudança com o passar do tempo, a vida traz novas oportunidades do amor ser expandido em todas as direções, inclusive no ato sexual com outras pessoas. Isso quebra a exclusividade que o amor romântico procura manter ao longo da vida. Esse conflito, expandir o amor ou mantê-lo exclusivo a uma só pessoa, exige uma reconciliação com todos os envolvidos e que imaginam ficar prejudicados com essa expansão do amor. O sentido de amizade e fraternidade deve constituir a base de onde surgirá essa capacidade de conciliação com justiça aos interesses de todos. Atingindo essa conciliação, entramos assim na condição de formar relacionamentos onde o amor não seja impedido de expandir e assim começaremos a construção do Reino de Deus.