Tenho a consciência da existência dos mundos, material e espiritual. Sei que o mundo espiritual é onde se processa a vida real, a matéria é apenas reflexo de realidade, fugaz, temporária. Passei do mundo espiritual para o mundo material com o objetivo de aprendizado, de conhecer as forças oriundas do interesse reprodutivo e saber domesticá-las de acordo com as necessidades de aprimoramento moral do espírito. Assim, sei que minha existência agora no mundo material, tem o propósito de cumprir uma determinada tarefa de interesse do espírito, cumprir uma missão.
O caminho que leva ao cumprimento da minha missão foi elaborado ao longo do tempo da minha educação, da oportunidade que tive de aprender com diversos professores, acadêmicos, técnicos, místicos, religiosos, etc. Cada um tem igual oportunidade, porém as chances de aprendizado por qualquer tipo de corrente do pensamento, varia muito de indivíduo para individuo, pois uma mesma experiência partilhada por dois indivíduos, mesmo que eles sejam gêmeos idênticos, sempre vai haver alguma perspectiva que um tem, que aprendeu, e o outro não. Isso implica que, mesmo que a pessoa tenha uma proximidade muito grande com os respectivos paradigmas de vida , sempre vai haver algum ponto destoante, por mínimo que seja.
As pessoas que tenham um mínimo de diferença de seus respectivos paradigmas, são os mais capacitados para se tornarem companheiros no jornadear da missão. Ao longo da minha vida encontrei muitas pessoas que despertavam simpatia e motivavam o aprofundamento da relação, mas logo se percebia pontos de profundas distorções com o potencial de impedir o companheirismo harmônico.
Cada vez mais vou adquirindo a consciência de que, qualquer pessoa que passe a morar comigo, ou mesmo conviver com mais intensidade, vai logo despertar esses pontos de distorção de paradigmas, o que gera conflitos, desarmonia e queda da qualidade de vida. Tenho que ter o bom senso de que, quando observar essa ocorrência, cortar de imediato o nível dessa convivência, sob pena de ver transformado o sentimento de amor que antes essa pessoa nutria por mim, por sentimentos negativos, de raiva, ressentimento, talvez até ódio. Não é isso o que deseja um caminhante do amor!