O verso 25 do capítulo 9 do Baghavad Gita diz o seguinte: “Aqueles que adoram os semideuses, nascerão entre os semideuses; aqueles que adoram os ancestrais irão ter com os ancestrais; aqueles que adoram os fantasmas e espíritos nascerão entre tais seres; e aqueles que Me adoram viverão comigo.”
Essa passagem desse livro sagrado é de grande importância para situarmos a vida. Tem uma certa semelhança com o que defende a Mecânica Quântica, que a realidade é colapsada pela consciência, que depende do observador determinado fenômeno. Assim, eu posso determinar qual o mundo que quero viver, e qualquer pessoa também. Existem pessoas que não acreditam na existência de Deus, no mundo espiritual, e tudo está restrito à matéria. Eu penso que além do mundo material tem a existência do mundo espiritual, que é hierarquicamente superior ao mundo material, que é habitado por seres inteligentes, conectados com o mundo material na forma de escolas para o melhor estudo e aperfeiçoamento das condições morais; que existe a força superior, inteligência suprema, capacidade criativa e organizativa de todo universo, que denomino de Deus e que associo a qualquer outra divindade, com qualquer outro nome, desde que cumpra ou preencha essas mesmas qualificações.
Mas essa é a minha forma de pensar/adorar o entorno em que me vejo incluído. Mesmo que para alguém que tenha outra forma de pensar/adorar tudo isso não passe de fantasias da minha cabeça, para mim constitui a realidade. Da mesma forma eu posso pensar que o outro que pensa/adora o mundo de forma diferente, esteja equivocado e que se comporta também dentro de suas fantasias. Mesmo que seja a fantasia de que o mundo é composto apenas do lado material, que não existe a dimensão espiritual, e que por isso o alvo de sua adoração seja o poder financeiro, político, bélico, tudo que favorece os prazeres da carne. Também tenho a capacidade de usufruir desses benefícios próprios da matéria, mas possuo além disso uma outra dimensão, a espiritual, a qual penetro e também usufruo dos prazeres e promessas que ela oferece. Quem não consegue fazer essa penetração no mundo espiritual, deixa de usufruir essa oportunidade que a natureza lhe oferece. Mas cada um é livre, como diz o Baghavad Gita, de adorar/criar o mundo que acha conveniente e dentro dele se comportar, sofrer e gozar.