A pontualidade pode ser considerada uma das diversas formas de Caridade, do respeito que devemos ter por quem nos espera. Mas como tudo que envolve nossa vida depende das considerações e do contexto que possa existir em determinado momento, é importante que não nos sintamos obrigados a executar algo que está escrito, que consideramos correto e desconsiderar os apelos da consciência.
Tenho um exemplo ocorrido ontem para justificar essa assertiva. Tinha um encontro marcado para visitar um amigo que prima pela pontualidade. Então, mesmo que assim não fosse, que ele não fosse tão pontual, seria a minha obrigação o ser. Acontece que na hora de sair de casa fui instado a dar uma carona inesperada a uma jovem que estava gestante, próxima de dar a luz, cerca de 15 dias. Mesmo assim ainda ia ao trabalho e teria que pegar 2 ônibus para chegar em casa, local próximo da casa do meu amigo. Foi nessa circunstância que minha amiga que estava indo comigo para a reunião ofereceu a carona, sabendo que eu não me oporia. Acontece que eu não iria lhe deixar no caminho de sua casa naquela circunstância. Desviei do caminho e entrei por estradas de difícil transito até chegar na sua humilde morada. Consequência, cheguei com bastante atraso na casa do meu amigo. Como ele é uma pessoa de profundos sentimentos cristãos, e nossa reunião tinha inclusive esse objetivo, de ver a melhor forma de servir ao Mestre Jesus, ele não teceu nenhum comentário sobre o atraso. Também não dei maiores justificativas, disse apenas de forma genérica que tinha entrado em ruas e mais rua se terminei por atrasar o nosso encontro.
Acredito que tenha sido uma ocasião onde a pontualidade foi ofendida, mas caridade foi respeitada. E tudo no maior silêncio, como o Mestre nos ensinou a fazer, tanto o meu amigo por não falar nada sobre o meu atraso e do meu silêncio sobre a ação da carona imprevista.