Já ouvi esta assertiva e aceitei, mas sem muita convicção. Como o trabalho, algo tão material, poderia substituir uma prece que é essencialmente espiritual? Mas hoje eu posso confirmar esse paralelismo entre a prece e o trabalho.
Sei da importância da prece e como desejo evoluir bastante no campo espiritual durante esta minha atual permanência neste mundo material, sempre fico me sentindo desconfortável por não fazer como acho que deve ser, a prece, pelo menos uma vez ao dia, na hora de dormir. Sempre fico fazendo alguma tarefa, geralmente lendo ou digitando algum texto. Esqueço-me de fazer a prece e quando acordo no outro dia vem o sentimento de frustração.
Ontem resolvi organizar o material de trabalho e demais objetos que estavam entulhados no meu apartamento e que dificultava até encontrar alguma coisa que precisava. Iniciei logo cedo da noite disposto a fazer pelo menos a organização básica, do que estava armazenado dentro de caixas. A noite passou, a madrugada chegou até que deu lugar a entrada do sol no firmamento. O sono não teve chance, pois além de eu estar me mexendo de um lado para outro, colocando os objetos de forma organizada nos lugares convenientes, estava também chupando dindim e o gelo era mais uma forma de manter-me alerta. Quando terminei e fui para a cama o relógio marcava 06:30 horas. olhei para o horizonte, para a formação das nuvens que subiam iluminadas pelo sol e o constante movimento de vai-e-vem do mar à minha frente e pensei que tudo era obra de Deus, que Ele estava no comando de tudo. Levei para a cama uma leitura que não cheguei a completar um parágrafo. Dormi de imediato e acordei com um telefonema de um compromisso que tinha assumido para as 10:00 horas.
Ao refletir sobre as atividades do dia anterior, percebo que mais uma vez não fiz a prece como devia, o que minha exigente consciência sempre fica a reclamar. Mas dessa vez não senti nenhuma censura da minha consciência, ficou satisfeita com o trabalho que realizei. Como na consciência está incluída a Lei de Deus, chego a conclusão que o trabalho que realizei foi realmente um substituto a altura da prece. Poderia até pensar em fazer isso mais vezes, porém o desgaste físico é muito alto para ser feito disso uma atividade regular. É muito mais conveniente fazer a prece e estabelecer a comunicação adequada e necessária com o mundo espiritual. O trabalho como o que realizei, serve como uma compensação necessária enquanto eu não atinja o nível de rotina com a prece. Devo ficar atento para isso, já sei que o trabalho compensa a prece não realizada, então, quando eu sentir que estou “endividado” com a responsabilidade da prece, devo fazer o trabalho na mesma intensidade que fiz ontem.