Nós fomos criados por Deus simples e ignorantes enquanto espíritos e a partir daí compete o nosso esforço para superar a ignorância, sempre em busca da verdade. Nessa progressão de aprendizado durante a vida, teremos muitas dificuldades pela frente, de erros cometidos, de caminhos inconvenientes... O que é mais complicado é que nosso espírito passa a administrar um corpo físico e se confunde com ele, as vezes nem sabe que existe um mundo espiritual onde a realidade da vida se origina dele. A nossa ignorância na matéria fica cada vez mais severa e é preciso que alguma ajuda possa vir em nosso socorro. Foi assim com Jesus Cristo, enviado como o ser mais perfeito que em nome do Pai tinha como missão ensinar as lições básicas para sairmos do atoleiro da ignorância, das exigências do mundo material, principalmente dos instintos animais que herdamos como forma de sobrevivência da matéria. Jesus nos deu o seu exemplo que temos acesso através do Evangelho. A forma dele dar suas lições teóricas e práticas, dentro de todo seu contexto de vida, serve como exemplo a ser seguido. Mas, mesmo os seus discípulos mais próximos, não seguiram o seu exemplo ao pé da letra, sempre tinham uma maneira própria de agir, até o ponto de um deles o trair. Mesmo assim ele não julgava ninguém, entendia as dificuldades de cada um e estava disposto a compreender e tolerar, mesmo dizendo qual o caminho da verdade.
Ao longo do tempo muitas pessoas tentaram seguir o exemplo do Cristo e usaram para isso a sua forma de entender e a disposição de agir. Foi assim com Francisco de Assis, que privilegiou a pobreza e a mortificação da carne. Não é que ele tenha visto Jesus ter feito assim, Jesus não se envolvia tanto com a pobreza, não mortificava o seu corpo. Mas por causa disso vamos julgar como errado o comportamento de São Francisco? Ou do seu pai que via o seu filho perdido como um louco? Não é nosso o papel de julgar. O nosso papel é de aprender! E o aprendizado através de exemplos é o mais eficaz. O exemplo de Jesus, de Francisco de Assis, de Gandhi, de Nelson Mandela, de Madre Tereza de Calcutá, de meus pais, de meu próximo... são tantos exemplos! Devemos ver a autoridade de quem nos dá o exemplo para focar com mais atenção e ver o que podemos aplicar no nosso comportamento, de acordo com a nossa consciência, afinal na consciência é que está escrito a Lei de Deus, que é o nosso Pai maior e autoridade determinante acima de qualquer modelo que chega até nós. Assim, agradeço a todos irmãos mais elevados espiritualmente que com seus esforços deixaram um modelo para minha orientação. Sigo a mensagem do Sermão da Montanha dita por Jesus, sigo a oração da fraternidade de São Francisco, e sigo o Amor Incondicional do Pai, onde qualquer modelo deve se enquadrar sob pena de o rejeitar.
Também procuro evitar ao máximo que as influências do meu corpo, do meu ego, influenciem o meu pensamento e o meu comportamento, caso contrário eu passo a julgar todos que não se comportem de acordo com o que considero correto.