Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
12/01/2013 00h59
DESEJO DO CORPO, VONTADE DA ALMA

            Na condição de ser humano estou sempre envolvido com essas duas forças: desejo do corpo e vontade da alma. Os desejos do corpo visam preservar o organismo na sua sobrevivência física e perpetuação reprodutiva. A vontade da alma visa a evolução moral para chegarmos cada vez mais perto da perfeição, do Criador. As duas forças são importantes, mas devemos coloca-las nas suas respectivas posições. O desejo do corpo é importante, pois visa a preservação do veículo que deve ser utilizado pela alma no seu processo evolutivo. A vontade da alma é o principal objetivo, é ela que tem a natureza eterna enquanto o corpo é destruído pelo tempo e transformado em outras condições. No entanto o desejo do corpo é muito mais forte na mente, obscurece com força a vontade da alma. É necessário que façamos um esforço cognitivo para compreender essa hierarquia, senão corremos o risco de desperdiçar a nossa vida correndo atrás dos interesses temporários do corpo, esquecido da necessidade evolutiva da alma em sua eternidade. Nesse contexto as grandes personalidades espirituais como Jesus Cristo nos trouxe um grande benefício quando em nosso meio ensinou na teoria e prática a prevalência dos valores espirituais, da importância de privilegiar a evolução moral e de reconhecer o Criador como o Pai de toda a Natureza.

            A harmonia do corpo com a alma deve existir para que tenhamos uma vida com harmonia dentro dos relacionamentos que somos obrigados a construir na existência. Dou muito valor aos princípios espirituais, obedecendo as lições do Mestre Jesus, mas não consigo e também acho que tem sua importância vivenciar os desejos do corpo. Foi assim que ontem participei de um show de humor em restaurante localizado na praia. Predominava os interesses do corpo, alimentação, bebidas, sexualidade... Sentado em mesa mais afastada do palco principal com meus companheiros na ocasião, eu procurava me integrar na alegria reinante no ambiente, as piadas que envolviam uma forte sexualidade, até mesmo bizarra, mas que isso era o motivo principal do riso, o jogo erótico dos corpos, a importância das formas, o exagero das vestes... vez por outra minha consciência sintonizava com minha alma e eu perguntava, que valor eu irei tirar dessa experiência? Tem a importância de estar com os amigos, de rir também das situações... mas... fica algo de muito sério fora do contexto... a evolução moral necessária ao espírito, foi realizada? Fora o fato de que eu estava harmonizado com meus companheiros, que procurávamos ser discretos, que alimentamos o nosso corpo com essas condições que podem até levar a ele ficar excitado... é o suficiente? Sim, acho que devo frequentar esses ambientes da forma que fiz, uma exceção da minha rotina que deve ser mais dirigida aos valores do espírito. Mesmo porque, quando o contento, quando o espírito se sente confortado com a realização de suas obrigações, nada desse divertimento mundano parece ter importância, posso até usar os prazeres da carne, mas totalmente dentro dos valores do espírito. Nada do que vi naquele ambiente, onde nada falava da importância do espírito, de seu crescimento moral. Mas faz parte do nosso aprendizado e não me arrependo de ter ido, pois aprendi como funciona esses ambientes, como reage o meu corpo e a minha alma nessas condições e sei que fui um bom amigo para os meus companheiros naquela ocasião.

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 12/01/2013 às 00h59
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