A “Vontade de Deus” em minha consciência é o grande fator transformador em minha vida. Lembro do estágio em que eu era tão engajado nos critérios de convivência que a cultura nos ensina desde o berço de onde hoje me encontro tão divorciado, principalmente do ponto de vista dos relacionamentos afetivos. Simplesmente por ouvir e tentar seguir essa voz muda que surge no âmago do meu ser, dos intricados complexos emaranhados da minha mente, que só posso identificar como a voz de Deus, pois traz disciplina, ordem, objetivo, moral e ética às minha ações. Muitas vezes são contrárias aos meus desejos, muitas vezes contrárias à cultura e às leis que construímos enquanto humanos. Isso porque a lei maior que aprendi a obedecer é a Lei do Amor, e qualquer outra lei que seja incompatível com ela não procuro acatá-la, pelo contrário, a evito e em seu lugar coloco uma ação que seja condizente com a Lei maior.
Essa voz de Deus na consciência que leva à transformação de meus pensamentos e comportamento, às vezes de forma tão radical, contém três características pelas quais opera: primeiro, serve como uma lâmpada que ilumina a estrada que percorro e mostra as incoerências que estão postas em cada momento; segundo, reflete como um espelho o que sou, minhas tendências inatas, impulsos, instintos, desejos os mais arbitrários, antiéticos e imorais... mostra o lodo em que está montado todo um comportamento civilizatório, por mais nobre que seja os seus personagens; e terceiro, é como uma espada onde, revelado os pensamentos egoístas do coração vai podando o excesso de galhos que impedem o germinar e desenvolvimento do Amor Incondicional.
Cada vez que fico atento e procuro aproveitar essas três características da “Voz de Deus”, sinto que me afasto mais do meio material onde prevalece o egoísmo, as forças do mal. Meus relacionamentos íntimos que se originam dessa cultura materialista, mesmo que sejam bem informados do que Deus espera de nós, não conseguem aplicar com pureza e honestidade a Lei do Amor Incondicional. Sempre estão envoltas em pesados cobertores de egoísmo que leva ao exclusivismo sem nenhum pingo de compaixão pelas irmãs que sofrem também, como elas, da mesma condição.
Cada uma tem o seu caminho, o Pai apenas nos deu a oportunidade de interagirmos e aprender mutuamente com mais profundidade o amor em suas diversas formas. Mas se o egoísmo paralisar qualquer um de avançar na trilha do amor incondicional, o outro não pode fraquejar e interromper sua marcha, afinal o que em jogo é a própria evolução, as lições que podem ser oferecidas a coletividade humana e a vontade do Pai.