Não há uma maneira adequada de explicar o conceito cristão de Trindade. É impossível de ser compreendido por qualquer ser humano, quanto mais explicado. Deus é infinitamente maior do que nós, por isso não somos capazes de compreendê-Lo totalmente. A palavra Trindade não é usada nas Escrituras, mas mesmo assim o conceito se encontra implícito, tanto nas formas gramaticais usadas quanto na referência dos relacionamentos. Por exemplo, Jesus fala ao Pai para enviar um Ajudador, o Espírito Santo. Isso demonstra que Jesus não considerava a Si mesmo como sendo o Pai ou o Espírito Santo. As Escrituras mostram que o Espírito Santo é subordinado ao Pai e ao Filho, e o Filho é subordinado ao Pai. Também mostra que o Pai é a fonte máxima ou causa do Universo, que o Filho é o agente através do qual o Pai faz a manutenção do Universo, e que o Espírito Santo é o meio pelo qual as obras são realizadas.
Tenho uma compreensão um pouco diferente dessas forças espirituais que formaram e conduzem as coisas do Universo. O Pai está identificado corretamente como Deus(a) e Criador do Universo, cuja imponência existencial é inalcançável por minha limitadíssima mente. O Filho é o agente mais evoluído em um determinado setor do Universo, que fica responsável por sua evolução, assim como Jesus ficou responsável pela evolução da terra na condição de governador espiritual. Cada orbe tem o seu governador e como existem bilhões, trilhões... não sei, de orbes no Universo e que cada dia se expande mais, existem incalculáveis Filhos gerenciando em nome do Pai e que cada dia aumenta mais. O Espírito Santo é o meio pelo qual o Pai e o Filho operam na realidade material e transcendental; o Pai cria entidades inteligentes, mas ignorantes, que por seus próprios esforços adquirem estrutura moral para administração dos mundos alcançado o conceito de Filho. O Filho se posiciona no meio desse escalonamento hierárquico entre a inteligência máxima do Pai e a ignorância máxima dos seres espirituais recém formados. Tem a responsabilidade de contribuir com o seu aprendizado e viabilizar uma evolução mais rápida, como fez Jesus aqui na terra. O Filho tem assim, a mesma origem da massa dos espíritos recém criados e que estão sob sua responsabilidade. São, portanto Irmãos. Dessa forma a descrição dessas forças da Trindade, na minha compreensão, pode ser mais bem discriminada assim: Pai, Filhos e Irmãos.
O conceito de Pai nessa compreensão se adéqua às Escrituras, já o conceito de Filho não. O Pai tem alcance ilimitado por toda sua criação, por todo o Universo, já o Filho, por mais evoluído que seja não tem o mesmo alcance. Não consigo imaginar Jesus em sua missão redentora aqui na terra, em plena tortura no calvário, e também administrando um planeta há milhares de anos-luz da terra, quanto mais todos os planetas do Universo. O conceito de Espírito Santo deixa de ter uma identidade e passa a ser a essência, o próprio “corpo” do Pai do qual libera as centelhas para animar a matéria e cada uma adquirir consciência e atributos morais à sua semelhança onde em estágio bem superior atinge a denominação de Filho. As infinitas centelhas de Deus espalhadas pelo Universo, os Irmãos em processo de aprendizado para superar a ignorância inercial, pululam nos diversos orbes em constante transformação da matéria, para o bem, para o mal, mas sempre submetidas ao poder corretivo para o bem, que os Filhos implementam obedecendo ordens do Pai.