Na Audiência Geral do dia 22-03-06, na Praça de São Pedro, o Papa Bento XVI dizia o seguinte: “O chamado dos Apóstolos marcou os primeiros passos do ministério de Jesus, depois do batismo recebido do Batista nas águas do Jordão. Segundo a narração de Marcos (1,16-29) e de Mateus (4,18-22), o cenário do chamado dos primeiros apóstolos é o lago da Galiléia. Jesus acabara de iniciar a pregação do Reino de Deus, quando o seu olhar pousou sobre duas duplas de irmãos: Simão e André, Tiago e João. São pescadores, empenhados em seu trabalho cotidiano. Lançam as redes, e as recolhem. Mas outra pesca os espera. Jesus os chama com firmeza, e eles os seguem imediatamente: agora serão pescadores de homens. Lucas, embora seguindo a mesma tradição, faz uma narração mais elaborada. Mostra o caminho de fé dos primeiros discípulos, esclarecendo que o caminho para o seguimento lhes chega depois de terem escutado a primeira pregação de Jesus e experimentado os primeiros sinais prodigiosos por Ele realizados. Em particular, a pesca milagrosa constitui o contexto imediato e oferece o símbolo da missão de pescadores de homens, que lhes foi confiada. O destino desses “vocacionados”, dali em diante, estará intimamente ligado ao de Jesus. O apóstolo é um enviado, mas, antes disso, é um “perito” em Jesus.
“Eram homens na expectativa do Reino de Deus, desejosos de conhecer o Messias, cuja vinda era anunciada como iminente. Para eles basta a indicação de João Batista, que aponta em Jesus o Cordeiro de Deus, para que brote neles o desejo de um encontro pessoal com o Mestre. As frases do diálogo de Jesus com os primeiros dois futuros apóstolos são muito expressivas. A pergunta: “O que procurais?”, eles respondem com outra pergunta: “Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras?”. A resposta de Jesus é um convite: “Vinde e vede”. Vinde para poder ver. A aventura dos apóstolos começa assim, como um encontro de pessoas que se abrem reciprocamente. Começa para os discípulos um conhecimento direto do Mestre. Veem onde mora e começam a conhecê-lo. De fato, eles não serão anunciadores de uma ideia, mas testemunhas de uma pessoa. Antes de serem enviados a evangelizar, deverão “estar” com Jesus, estabelecendo com Ele uma relação pessoal. Sobre essa base, a evangelização nada mais será do que um anúncio daquilo que foi experimentado, e um convite para entrar no mistério da comunhão com Cristo”
Fico tentado a colocar toda essa experiência de Jesus na minha experiência pessoal. Tenho a convicção de que também fui chamado por Deus para uma missão, a missão de praticar o Amor Incondicional da forma mais pura, sem se limitar a preconceitos de qualquer natureza, ou se desviar devido a força de qualquer potência, por exemplo, o amor romântico. Os apóstolos que Ele escolheu, todos homens, se contrapõem aos companheiros que o Pai me ofertou, todas mulheres. Isso porque, com o Cristo, era importante a disseminação da Boa Nova, da vinda do Reino de Deus. na atualidade, é importante que o Reino de Deus seja viabilizado na prática, obedecendo inclusive as leis da natureza que também foram feitas pelo Pai. Assim, as mulheres são as pessoas mais importantes para formar com o homem a base do relacionamento mais harmônico possível com base no Amor Incondicional, na inclusividade de todos, na formação da Família Universal. Sei que isso parece uma miragem para quem ouve pela primeira vez essa história, mas para mim que tenho na mente e a pratico há anos, tudo parece se encaixar perfeitamente na vontade do Pai e que sou considerado por Ele uma peça fundamental nesse processo evolutivo.