Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
24/02/2013 23h59
GATO ESCALDADO...

            Hoje amanheci mais cuidados com as ações que devo realizar. É aquele velho ditado, “Gato escaldado tem medo de água fria”. O que sofri ontem serviu para me chamar a atenção sobre as responsabilidades deste período de Quaresma que resolvi assumir com seriedade. Então não posso agir como se fosse uma brincadeira e desconsiderar toda a responsabilidade espiritual que trouxe para mim. Pela manhã fui fazer perícias e logo em seguida fui para o Flat almoçar com a turma. Depois do almoço eu sugeri uma roda de conversa onde cada um pudesse colocar algo importante da sua vida para discutirmos em clima de fraternidade. Terminei iniciando o assunto por sugestão de todos. Coloquei a leitura do texto publicado no diário de ontem, “Aflição no deserto” e em seguida a leitura da Parábola, “Ceifeiros equivocados”. O primeiro foi motivo de riso para todos, apesar de eu ter enfatizado o meu fracasso em confronto com a gula e ter merecido o castigo. Depois fiz a leitura da parábola e abri para a discussão. O meu primogênito argumentou que via o amor romântico e o amor incondicional como dois sentimentos incompatíveis, como água e óleo. Depois fez a indagação de que seria a conceituação do amor. Considero uma indagação pertinente, pois a partir dessa conceituação podemos avançar no sentido de estudar as diversas variáveis por onde diverge o amor. Agora não entendo a ausência de hierarquia entre as diversas formas de amor, principalmente do amor original, espiritual, incondicional, divino. Ao meu ver, esta forma de amor é a maior força do Universo e responsável pela criação e harmonização de tudo. Infelizmente o nosso intelecto não alcança uma perfeita definição conceituação que abranja todos os detalhes da natureza e seus diversos mecanismos movimentados pelo amor, tanto na sua expressão criativa e evolutiva, quanto na expressão corretiva de ações que o intelecto imaturo e de posse do livre arbítrio possa cometer.

            Foi colocado em cheque a possibilidade do Amor Incondicional ser colocado na prática, pois quando surgir o amor romântico este terá mais importância. É este ponto que não entra na minha compreensão, como pode uma força maior, o amor incondicional, ser subjugado por uma força menor, o amor romântico? A não ser que, quem se envolva com o amor romântico assim o permita, atendendo a desejos e necessidades pessoais, de caráter exclusivista.

            No meu modo de entender, se quero preservar o amor incondicional no meu comportamento, mesmo que eu seja atingido pela força dessa derivação romântica do amor, não posso deixá-la exibir suas características em meu comportamento de forma majoritária, devo sempre deixá-la submetida aos interesses do amor incondicional, principalmente no aspecto mais contundente que é a inclusão (amor incondicional) em detrimento da exclusão (amor romântico).  

            Terminado essa discussão sem chegarmos a um consenso, terminei o dia com muito cuidado com o meu comportamento, sem abrir espaço para tropeços como o acontecido no dia anterior, afinal, gato escaldado...

Publicado por Sióstio de Lapa
em 24/02/2013 às 23h59
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