A alma limpa não teme ficar desnuda. O exemplo vem desde o início da criação. Adão e Eva andavam nus, pois não conheciam o pecado, não tinham erros nas suas consciências, não cometeram o pecado. No momento que isso aconteceu, passaram a se esconder do Senhor, mostrando a vergonha da sua alma desnuda, suja, contaminada. A maioria das pessoas evitam ler e refletir sobre a palavra divina, pois tem medo de serem confrontados pela luz. As palavras divinas são bastante simples (não matarás, não mentirás, não adulterarás, não roubarás, etc.) mas ninguém quer se sentir culpado. Então preferem ignorar os livros sagrados ou mesmo os ironizar. Podem chegar até a ser muito cultos, academicamente elevados, terem a leituras de dezenas de livros por ano, mas não inclui a leitura de nenhum dos livros sagrados (Bíblia, Alcorão, Baghavad Gita, etc) em sua totalidade. Nos próprios livros sagrados existem explicações para esse tipo de comportamento: Os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. (João 3:19-20).
Quando erramos fugimos de Deus e escondemos nossa nudez moral. Se for levantada uma pedra do chão será visto uma série de insetos no lado em que estava apoiada, que geralmente é escuro. Quando a luz os atinge, logo eles correm para se esconder dela. Irão procurar outro local escuro. Esse é exatamente o mesmo comportamento de alguém com a consciência culpada. Só é possível suportar a luz mediante um sincero arrependimento e o desejo de voltar a Deus.
Por outro lado, não adianta exibir apenas uma imagem de obediência exterior aos princípios divinos, porque Deus olha para além das palavras, olha também para a motivação: Eu sei o que vocês estão fazendo. Vocês dizem que estão vivos, mas, de fato, estão mortos. (Apocalipse 3:1-6).
Nossos motivos são importantes para Deus. Praticamos obras para parecer bem aos olhos dos outros, para vencer nossos sentimentos de culpa, ou por um senso de dever? A demonstração exterior de nossas ações pode levar as pessoas a pensar que estamos comprometidos, vivos e vibrantes no justo caminho, mas essas ações não enganarão a Deus que conhece os nossos corações. Não devemos esquecer o que está escrito em 1 Samuel 16:7 – Eu o rejeitei porque não julgo como as pessoas julgam. Elas olham para a aparência, mas eu vejo o coração.
Portanto, eis o motivo de eu procurar ser tão transparente em minhas ações, para que a luz possa incidir sobre meus erros. Evito ao máximo a aparência do justo, do perfeito, pois ainda reconheço graves defeitos na minha alma e somente a luz da verdade pode queimar esse insetos daninhos que se escondem na obscuridade do meu coração. Sei que as pessoas que amo e que me amam pela aparência do que pretendo ser, e que não conhecem a sujeira interna que ainda existe em meu coração, se assustam e sofrem quando percebem algo que me expõe como pecador, ou mesmo o reflexo da luz em minha vida atinge a obscuridade dos seus corações. Ah, como é difícil está sempre exposto à luz, por isso Deus permite em sua extrema bondade, que permitamos ter uma “caixa preta” para guardarmos aquilo tão sujo e que ainda não é conveniente expor, e que sua ocultação não prejudique ninguém próximo. Mas para Deus nada está oculto. Ele tem todos os seus planos delineados e coloca na consciência de cada um a missão que a cada um pode cumprir, associados ou não uns aos outros. Cabe a nós com o livre arbítrio, seguir ou não.