Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
18/03/2013 11h11
NÃO TORNES A PECAR!

           Ontem fiquei arrasado, não pelos meus pecados já conhecidos, a gula e a preguiça, mas por um outro que vive em mim nas sombras do meu coração e que ontem teve chance de mostrar sua cara, e eu, vergonhosamente, capitulei frente a ele: a covardia. Hoje na presença de Deus, Ele me admoestou e chamou minha atenção para o fato que até então eu não tinha dado a devida importância. Deus me fez ver que eu tive vergonha dEle e consequentemente Ele teria vergonha de mim! Foi um choque! Eu que pensava que o meu relato no domingo iria ressaltar o que eu considero como ações corretas, o Pai mostrou que aminha covardia fez com que eu perdesse a chance de orientar com mais eficiência, sem tantas marcas de vaidade, todos os meus irmãos necessitados da luz da verdade, principalmente a moça que no momento era o foco da minha ajuda. Como ainda estou no deserto, senti que era um teste sutil, quando eu pensava enfrentar os demônios dentro do outro, dentro da moça que eu tento ajudar, mas que na verdade a luta maior seria enfrentar o demônio dentro de mim, com a sua máscara de covardia. Senti-me derrotado, acabrunhado na frente do Pai. Sei que se fosse aqui na Terra esse julgamento e feito por pessoas impiedosas, eu merecia ser apedrejado. Mas as mãos do Criador não têm esse tipo de punição, pelo contrário, Ele enviou o Seu filho muito amado com autoridade de perdoar os pecados, com uma condição: o arrependimento.

            Então hoje, o Evangelho lembra aquela passagem onde o Cristo é solicitado para o julgamento da mulher flagrada em adultério; lembra que Ele desarmou os corações perversos com a lembrança que cada um dia pecados dentro de si e que não tinham autoridade para nenhum jogar a primeira pedra.  Não precisou falar assim, bastou lembrar que poderia jogar a pedra quem não tivesse pecados. E cada um sabia que o Mestre sabia o que ia no coração de cada um. Todos foram embora.

            Eu não tenho acusadores externos, ninguém ficou sabendo da minha covardia, do medo de defender os interesses de Deus frente aos interesses de Baco, Mamon... o máximo que puderam observar em mim foi uma estranha melancolia que não sabiam porque. Eu também na hora não sabia explicar, mas agora tudo está claro. Meu espírito estava envergonhado do que estava acontecendo, da minha inércia espiritual e esperava uma reação. Eu ainda lembrava de chamar todos para reunir e falar as coisas do espírito, do interesse de Jesus na sua missão na terra e o que espera de nós, eu que me considero engajado na Nova Ordem de Jesus... Mas nada disso foi suficiente para vencer a covardia de passar por fanático, de querer sempre falar sobre Deus até nas festas de aniversário, atrapalhar a cervejinha de alguns convidados, o deboche de outros... eu ficava pensando nisso e na inércia que estava mergulhado, então  minha alma entrou em melancolia. Ninguém podia saber o motivo, ninguém podia me jogar pedras.

            Mas, o Pai que tudo percebe me chamou no tribunal da consciência e fez-me ver meu pecado. Reconheci-o e pedi perdão. Ele lembrou o Seu filho e eu me lembrei de suas palavras para com a adúltera: VAIS E NÃO PEQUES MAIS!

            As lágrimas pararam de correr e pude ver mais uma vez o brilho do dia; as lições de ontem, o perdão de hoje, a esperança do amanhã.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 18/03/2013 às 11h11
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