Nestes dias que ainda estou sob os efeitos da Páscoa, aprendo que lidar com o pecado requer um sacrifício significativo. (Hb 9:22).
Os exemplos vêm desde o antigo Egito quando por orientação de Moisés foi feito o sacrifício de um cordeirinho “perfeito” e espalhado o seu sangue no caixilho de cada porta, pois Deus iria executar a 10ª praga, abater todos os primogênitos dessa terra, tanto humanos como animais. Somente quem tivesse sua porta marcada com o sangue de um “inocente” seria salvo. Fato parecido aconteceu há 2.000 anos. O sangue de um “inocente”, Jesus Cristo, foi usado para limpar a multidão de nossos pecados, e tivéssemos assim a lição do caminho para Deus, da salvação de nossas almas dos martírios do pecado, dos erros cometidos.
Hoje, de posse destes conhecimentos, agradeço a Jesus pelo sacrifício que Ele aceitou por nossa salvação, para ensinar o caminho que devemos seguir, o caminho, a verdade e a vida. Também Ele nos disse para amar ao próximo como a um irmão, como a nós mesmos; amar como Ele nos ensinou.
Hoje estou com a tarefa de amar desta forma a uma pessoa que Deus colocou em meu caminho e que se encontra mergulhada no inferno de seus pecados, à beira da loucura definitiva. Para eu seguir a lição de Jesus e a libertar de seus pecados, mesmo eu não tendo ainda a condição de um ser puro como Ele, mas com a intenção sintonizada com a dEle, me torno como um cordeiro pronto ao sacrifício. Não é que eu vá tirar o meu sangue e espalhar na porta dela, ou ser crucificado como foi Jesus, tudo isso serve, na atualidade, de simbolismo para que eu aplique minha lição. O “sangue” que devo derramar agora para salvar a alma dessa pessoa querida, significa o tempo que devo disponibilizar, o dinheiro que se faça necessário, as influências que devo acionar em seu benefício garantindo um lugar melhor dentro de um hospital para o seu restabelecimento, a tolerância com a negação que ela faz da doença, do mal que a aflige e domina seus pensamentos e emoções, até mesmo o seu repúdio por mim, quando diz que não quer nem me ver. Tudo isso me aproxima muito do exemplo que Jesus deu, quando seguia chicoteado, cuspido, esmurrado, justamente por todos aqueles que Ele tentava salvar com Seu sacrifício.
Felizmente o meu sacrifício de agora não implica no derramamento real de meu sangue, mas de certa forma o meu sangue está sendo gasto na execução de todas essas tarefas para salvar a alma da minha querida irmã.
Coloco aqui este exemplo como o mais forte no qual hoje estou envolvido, mas existem diversos outros exemplos, em cada um dos meus relacionamentos, afetivos ou não. Como tenho a plena convicção de aplicar o Amor Incondicional na minha vida prática, termino sendo o cordeiro a ser imolado para evitar os conflitos das almas consigo mesmo e com Deus, para mostrar a incoerência do modo de agir dos meus irmãos que interagem comigo em todas as dimensões. Sei que pago tudo isso com “gotas do meu sangue” representado por sacrifícios com o meu bem estar material, como é o caso de usar fraternalmente o meu tempo, dinheiro, trabalho, sem nenhuma condição imposta como retorno: é a aplicação do Amor Incondicional!
Sinto-me satisfeito, pois na classe dos alunos do Cristo estou tendo um bom aproveitamento, e cada vez mais o cordeiro assume o lugar do leão.