Qual deve ser essa linguagem? Como deve se expressar o Amor? A energia mais poderosa do universo? A essência do Criador?
Será com a gramática apurada, rebuscada? Será com a música sublime, sofisticada? Com a matemática? Com as cores?
Posso eu ter capacidade mental de ir à busca dessa resposta? Minha inteligência é suficiente para encontrar a verdade com toda a coerência?
Sinto que sou tão pequeno diante da dimensão da vida, basta fazer essa simples reflexão para verificar a incapacidade da minha razão em dar explicações. Eu, que tanto valor dou ao Amor, que sei da força que Ele possui, da sua semelhança com o Criador, com o Pai, com Deus, não encontro palavras para descrever a forma dele se expressar. Tudo parece insuficiente para a expressão dessa tão imensa força.
Por não encontrar palavras, por não encontrar explicações racionais, fico calado, em meditação. Fico a sentir o que vai ao meu coração. Fico a sentir o deslocamento dessa força dentro de mim, que vem do infinito e que passa pelas pessoas, pela criação; que volta para o infinito e que também passa pelas pessoas, pela criação...
Sou uma espécie de estação sentimental, sintonizada com o Poder Criador, com o Amor, que dele recebo e transmito energia. Sempre tendo como centrais secundárias alimentadoras e receptoras, todos os meus irmãos de criação, principalmente àqueles feitos a semelhança do Pai como eu. Dessa forma eu também sirvo como central secundária para todos os meus irmãos que estão sob o meu raio de influência. É lindo quando duas centrais secundárias entram em sintonia na distribuição e recepção desse Amor. A energia do cosmo ao redor fica mais brilhante, todos os elementos da criação ficam mais energizados com o nosso fulgor.
Existe a tendência de assim caminharmos na vida ao lado das centrais de amor que vibram com a nossa sintonia e que tendem a disseminar de forma cada vez mais ampla toda essa capacidade de amar por toda a Natureza.
Foi essa percepção que alcançou o irmão de Assis e que ao ler hoje trechos de sua vida, me veio à mente essas reflexões. Ele também sentia o amor em dimensão profunda e a repassava sem economia a todos os seres da criação. Foi dele essa reflexão sobre a linguagem do Amor que eu aprovo totalmente:
A linguagem do Amor é o silêncio!
Qualquer outra forma de linguagem não consegue traduzir o Amor. Sempre irá faltar alguma coisa ou sobrar outras. É o silêncio que é mais fiel na transmissão dessa mensagem. Nem mesmo quando eu digo, “eu amo você”, não serve de prova incontestável dessa verdade, que pode ser uma mentira. É o silêncio que deixa expressar os meus sentimentos mais profundos que vai atingir diretamente o coração do outro.
Agradeço assim a Francisco de Assis por colaborar com minha compreensão do Amor, da sua força e da capacidade de comunicação pela linguagem mais apropriada. Fico assim mais capacitado a receber no silencio do meu lar as energias poderosas do Amor que dirigem para mim, assim como emitir da mesma forma a energia do Amor com toda potência que posso imprimir, às pessoas significativas de minha vida, principalmente. Nessa dimensão não importa a distância nem o tempo, ultrapasso até a Lei da Relatividade de Einstein e alcanço e me deixo alcançar pelas energias do amor que emitem para mim e que emito ao redor. Sem esquecer que, alem das fontes secundárias que existem e da qual sou parte, existe a fonte primária que jamais devemos esquecer e nos abastecer dela com o intercâmbio: DEUS!