A Inteligência suprema aos nos criar na forma de espíritos ignorantes e habitáveis num corpo biológico cheio de instintos materialistas como forma de aprendizado, mas com a perspectiva de alcançar a angelitude, a proximidade com Ele, também deve ter deixado caminhos para nos aproximar dEle. Mesmo que ainda sejamos excessivamente ignorantes, que ainda não consigamos privilegiar a existência espiritual em detrimento da material, mesmo assim o Criador deve ter criado caminhos que o conduzam a Ele e que assim possamos usar a inteligência e o livre arbítrio.
A Bíblia Sagrada sempre está colocando essa questão em todos seus livros, desde o antigo ao novo testamento. Ela diz que tão logo Deus tirou o povo de Israel da escravidão do Egito, desejou habitar com o homem (Êxodo 15:17). Deu a Moisés instruções precisas para que se construísse um “tabernáculo” no qual descansaria a “arca”, uma espécie de cofre que, por sua estrutura e conteúdo, é um símbolo do Cristo. Tudo isso ficava no meio de um recinto chamado “átrio”.
Se examinarmos bem a ordem que os diferentes elementos que compunham o tabernáculo são apresentados, compreenderemos que Deus fez todo o necessário para conceder aos pecadores um acesso a Si mesmo. As instruções dadas ao povo de Israel começaram pela arca (figura do próprio Cristo) e continuavam com o altar onde as vítimas eram sacrificadas e queimadas, impressionante tipo do Senhor Jesus, santa vítima que tomou nosso lugar na cruz e suportou o juízo divino contra o pecado. Por último, a única porta de acesso ao átrio era enorme, pois tinha uns cinco metros de largura. Ainda hoje ressoam estas palavras do Senhor Jesus: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á (João 10:9).”
Esses escritos sagrados dão sempre a ideia de um caminho para Deus, desde um objeto material até o comportamento de um homem íntegro que serviu como modelo. Observamos assim uma evolução nesses conceitos e hoje não é possível mais acreditar nem no objeto material, nem que um espírito vem nos salvar de forma passiva. A lição que devemos acolher em nossa consciência, é que o seu comportamento mostra como devemos agir para seguir em direção ao Pai. Este é o caminho, a reforma íntima que devemos fazer constantemente para ajustar o nosso caminho ao do Pai e sairmos das veredas instintivas do comportamento animal, essencialmente egoísta. Devemos reconhecer a força que emana do Pai, o Amor Incondicional, e procurar segui-lo; não nos deixar envolver pelos derivativos do amor, conjugal, filial, fraternal, romântico, etc. e atropelar a lei maior.
É este o caminho que pretendo trilhar e que tanto conflito traz ao meu redor com as pessoas que ainda confundem a lei maior com as leis menores. Este é o caminho de Deus, e não o caminho de uma namorada, de um filho, de um irmão, de um amigo, etc. Todos podem existir e coexistir, mas todos subordinados a Lei Maior, ao Amor Incondicional, senão sairemos do caminho do senhor.