Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
11/05/2013 02h17
CONTRA AS MULHERES???

            Ao fazer a leitura do livro Fontes Franciscanas e Clareanas, na página 372, fiquei surpreso com o pensamento de Francisco de Assis. No título Contra a familiaridade das mulheres, no capítulo LXXVIII – “Evitar a familiaridade das mulheres; e como falava com elas”, encontrei o seguinte texto:

            Mandava que fosse evitado totalmente o mel venenoso, a saber, a familiaridade com as mulheres que induz ao erro até os homens santos. Pois temia que a partir daí depressa o espírito frágil se quebrasse e o espírito forte muitas vezes se enfraquecesse. Disse que quem convive com elas – a não ser um homem provadíssimo – tão facilmente escapa do contágio como, de acordo com a Escritura, quem anda no fogo e não queima as plantas dos pés. E para falar com a prática, oferecia-se a si mesmo como modelo de toda virtude. Na verdade a mulher o incomodava tanto que crerias tratar-se não de cautela ou exemplo, mas de medo ou horror. Quando a importuna loquacidade delas causava o desentendimento no falar, com palavra breve e humilde e com olhos baixos, ele evocava o silêncio. E por vezes, com os olhos voltados ao céu, parecia retirar de lá o que respondia às resmungadoras da terra.

            É difícil acreditar que uma pessoa tão caridosa quanto Francisco tivesse um pensamento e atitude tão estranha com as mulheres. Tá certo que existe a possibilidade do pecado da carne se ficam juntos homem e mulher. Mas isso é um fator que pode ser dominado e o homem não ter como alvo a escravidão sexual de outro. Francisco não tinha confiança em ninguém, nem mesmo confiança nele mesmo! Mas por uma pessoa ser fraca e ter medo de cair em pecado, justifica isolar a outra pessoa que pode ser o motivo de seus desejos inconfessáveis?

Neste ponto sou diametralmente o oposto de Francisco. Sei da capacidade de gerar desejos que a mulher possui no imaginário do homem, mas tenho bem forte dentro de mim que a mulher é um ser humano igual a mim do ponto de vista da justiça, e que jamais irei tomar qualquer atitude que a prejudique de alguma forma. A mulher é o próximo que eu tenho de amar como a mim mesmo. Não posso considerar a mulher como um objeto sexual, que desperta a capacidade de pecado dentro de mim e que por isso devo abandoná-la, isolar, menosprezar, não olhar nem dentro dos olhos dela como deve ser um relacionamento humano. E ainda mais, obedecendo aos imperativos do amor incondicional, não tenho medo de entrar na intimidade sexual, desde que seja positivo e aceito por ambos, não considero isso uma atitude proibida, um pecado grave como pensava Francisco de Assis. Não é que ele esteja errado e eu certo, é que vejo tremenda falta de caridade para com a mulher, que ao me colocar no lugar dela, ficaria muito desconfortável no contato com o Santo de Assis, se ele não fitasse nem ao menos meus olhos durante o contato. Neste ponto eu vejo que ele não conseguiu ser a imitação de Cristo o que ele conseguiu em tantos outros. Jesus jamais deixou de respeitar qualquer pessoa dentro de sua dignidade humana, mesmo que fosse um pária social ou um infeliz portador de lepra. Mas, também acredito que o imenso amor de Francisco por toda a criação do Pai seja capaz de cobrir tamanho pecado da parte dele, mesmo que tenha sido com boas intenções para o seu objetivo de vida que era manter a castidade.

Finalmente, peço perdão aos meus leitores e ao Pai por estar agindo como um juiz, se essas minhas considerações inflamadas pelo meu repúdio contra o que entendi ser uma forma de desconsideração a um irmão, no caso a mulher, seja uma tremenda incompreensão da minha parte das santas intenções e práticas comportamentais de São Francisco de Assis. Afinal, o santo mostrou ao longo de sua vida que está muito mais próximo de Jesus do que eu!    

            Ao fazer a leitura do livro Fontes Franciscanas e Clareanas, na página 372, fiquei surpreso com o pensamento de Francisco de Assis. No título Contra a familiaridade das mulheres, no capítulo LXXVIII – “Evitar a familiaridade das mulheres; e como falava com elas”, encontrei o seguinte texto:

            Mandava que fosse evitado totalmente o mel venenoso, a saber, a familiaridade com as mulheres que induz ao erro até os homens santos. Pois temia que a partir daí depressa o espírito frágil se quebrasse e o espírito forte muitas vezes se enfraquecesse. Disse que quem convive com elas – a não ser um homem provadíssimo – tão facilmente escapa do contágio como, de acordo com a Escritura, quem anda no fogo e não queima as plantas dos pés. E para falar com a prática, oferecia-se a si mesmo como modelo de toda virtude. Na verdade a mulher o incomodava tanto que crerias tratar-se não de cautela ou exemplo, mas de medo ou horror. Quando a importuna loquacidade delas causava o desentendimento no falar, com palavra breve e humilde e com olhos baixos, ele evocava o silêncio. E por vezes, com os olhos voltados ao céu, parecia retirar de lá o que respondia às resmungadoras da terra.

            É difícil acreditar que uma pessoa tão caridosa quanto Francisco tivesse um pensamento e atitude tão estranha com as mulheres. Tá certo que existe a possibilidade do pecado da carne se ficam juntos homem e mulher. Mas isso é um fator que pode ser dominado e o homem não ter como alvo a escravidão sexual de outro. Francisco não tinha confiança em ninguém, nem mesmo confiança nele mesmo! Mas por uma pessoa ser fraca e ter medo de cair em pecado, justifica isolar a outra pessoa que pode ser o motivo de seus desejos inconfessáveis?

Neste ponto sou diametralmente o oposto de Francisco. Sei da capacidade de gerar desejos que a mulher possui no imaginário do homem, mas tenho bem forte dentro de mim que a mulher é um ser humano igual a mim do ponto de vista da justiça, e que jamais irei tomar qualquer atitude que a prejudique de alguma forma. A mulher é o próximo que eu tenho de amar como a mim mesmo. Não posso considerar a mulher como um objeto sexual, que desperta a capacidade de pecado dentro de mim e que por isso devo abandoná-la, isolar, menosprezar, não olhar nem dentro dos olhos dela como deve ser um relacionamento humano. E ainda mais, obedecendo aos imperativos do amor incondicional, não tenho medo de entrar na intimidade sexual, desde que seja positivo e aceito por ambos, não considero isso uma atitude proibida, um pecado grave como pensava Francisco de Assis. Não é que ele esteja errado e eu certo, é que vejo tremenda falta de caridade para com a mulher, que ao me colocar no lugar dela, ficaria muito desconfortável no contato com o Santo de Assis, se ele não fitasse nem ao menos meus olhos durante o contato. Neste ponto eu vejo que ele não conseguiu ser a imitação de Cristo o que ele conseguiu em tantos outros. Jesus jamais deixou de respeitar qualquer pessoa dentro de sua dignidade humana, mesmo que fosse um pária social ou um infeliz portador de lepra. Mas, também acredito que o imenso amor de Francisco por toda a criação do Pai seja capaz de cobrir tamanho pecado da parte dele, mesmo que tenha sido com boas intenções para o seu objetivo de vida que era manter a castidade.

Finalmente, peço perdão aos meus leitores e ao Pai por estar agindo como um juiz, se essas minhas considerações inflamadas pelo meu repúdio contra o que entendi ser uma forma de desconsideração a um irmão, no caso a mulher, seja uma tremenda incompreensão da minha parte das santas intenções e práticas comportamentais de São Francisco de Assis. Afinal, o santo mostrou ao longo de sua vida que está muito mais próximo de Jesus do que eu!    

Publicado por Sióstio de Lapa
em 11/05/2013 às 02h17
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