Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
23/05/2013 07h54
DEVOÇÃO CONSTANTE – EQUANIMIDADE

            Ter equilíbrio emocional diante de situações de felicidade e sofrimento é outra das formas de devoção constante a Deus, segundo o Baghavad Gita. Felicidade e sofrimento são fatores próprios da vida material. Devemos aprender a tolerar, ninguém jamais pode impedir a felicidade e o sofrimento, que vão e vem. Logo, devemos nos desapegar da vida materialista e ser automaticamente equânimes em ambas as circunstâncias. Em geral, quando conseguimos algo desejável ficamos muito felizes, e quando conseguimos algo indesejável, ficamos tristes. Mas se estivermos na verdadeira posição espiritual, nada disto nos agitará.

            Tenho essa compreensão do Baghavad Gita e já procuro aplicar em minha vida de forma constante. Lembro-me de momentos tristes da minha vida, como a morte da minha mãe e de pessoas queridas que conviviam ao meu lado, de ter sido espancado e expulso das minhas casas (duas) como um marginal devido a atos de amor externo, de ser odiado por pessoas que amo e que não deixarei de amar, de não poder ajudar tantas pessoas pela força dos preconceitos que fazem elas se distanciarem até de forma patológica, de não fazer a vontade de minhas companheiras para as amar com exclusividade e evitar assim o sofrimento que elas terminam por experimentar, de ter aconselhado a morte de novos seres que deveriam estar conosco neste mundo, de não ter tido o pai biológico que pudesse me orientar ou acolher as minhas necessidade de crescimento, de não poder domesticar o meu corpo como eu pretendo e assim cumprir a vontade de Deus com mais eficiência, etc. Também lembro de momentos felizes como ter passado no vestibular com toda a dificuldade que a vida me oferecia, de ter encontrado tantas pessoas que a vida me ofereceu e por elas ter me apaixonado, de sentir a evolução material e espiritual de tantas pessoas queridas que recebem a minha influência direta, de ter tido a suprema bênção de minhas companheiras permitirem os filhos que Deus mandou para mim, de sentir o amor e o cuidado de tantas pessoas por mim que conseguem perceber e amar a minha essência, de sentir a presença do Pai primordial sempre perto de mim com toda capacidade de complacência para minhas faltas e fraquezas como também pela ajuda e confiança no potencial que eu posso desenvolver, etc.

            Ter equanimidade diante de situações tão díspares como essas pode levar as pessoas que acompanham a minha evolução, a pensar que eu seja uma pessoa fria, que nada me atinge, que eu não tenha sensibilidade, que eu não seja feliz... Nada mais errado! Caso a pessoa chegue um pouco mais próximo, verá quanta carga de sentimentos se desenvolvem dentro de mim pelas coisas aparentemente mais simples, meus pensamentos viajam pelas sendas do coração e cujo testemunho são as lágrimas silenciosas que se derramam pelos dramas reais que se desenrolam ao meu lado, com minha participação ou não, ou mesmo dramas fictícios que vejo em teatros, livros ou cinemas. Verá que eu tenho uma felicidade intrínseca, principalmente por saber que sou detentor da confiança do Pai, que tenho uma missão importante que Ele colocou em minhas mãos, em minha consciência, e que essa minha indiferença aparente é só a minha forma de devoção constante a Ele e de desapego das coisas materiais, de não deixar os fatores transitórios de felicidade e sofrimento que a vida mundana oferece intervir na minha relação divina com Ele.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 23/05/2013 às 07h54
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.