A queda de braço é um confronto que é feito por duas pessoas para ver quem tem mais força que o outro através da derrubada do braço colocado em antagonismo, um contra o outro sobre uma mesa. Uso essa metáfora para dar significado a luta que empreendo do corpo com o espírito na arena mental. Já coloquei em diversas ocasiões neste diário, a força que reconheço o corpo ter frente aos interesses do espírito. Sempre estou cedendo aos apelos do corpo que em troca me oferece prazer, mesmo que eu cometa excessos pelo desejo que o corpo coloca em minha mente, mas sempre ele me dá a moeda imediata do prazer e nisso consiste a sua força.
Ontem a noite ao chegar em casa sentei no puf para assistir um filme na sala e ler jornal nos intervalos. Não consegui ir muito longe, logo estava dormindo. Acordei hoje por volta das 03:30 horas. Vi o quanto havia dormido, o quanto ainda desejava ficar no descanso, no ócio, vendo o filme ou simplesmente deitado. Mas lembrei das responsabilidades espirituais que sempre ficam em segundo plano frente as exigências do corpo. Decidi que pelo menos hoje o espírito teria uma vitória. Mesmo com o desejo forçando a minha mente para eu ir em busca dos prazeres corporais, eu decidi que iria fazer o que o espírito precisava. Foi aí que surgiu a ideia da queda de braço entre o corpo e o espírito. O corpo pedia para eu permanecer no repouso, logo eu teria que sair para o trabalho, eu já ficara o dia inteiro fora de casa... O espírito dizia que eu tinha que atualizar as leituras atrasadas, organizar o meu lar, registrar minhas contas, orar e meditar. A mente a serviço do corpo dizia que isso era muito cansativo, que o corpo precisa de repouso, todos confirmam isso, que eu não vou resistir com todo esse estoicismo ao longo do tempo... A mente a serviço do espírito dizia para eu não me deixar iludir por esses apelos que fazem atrasar a minha caminhada, o cumprimento da minha missão. Que eu não focasse no desgaste corporal que eu iria ter ao longo do tempo com essa determinação, que eu pensasse como fazem os membros de AA, só por hoje, essa minha determinação será só por hoje. Amanhã será outro dia e eu poderei voltar a fazer o que o corpo deseja se assim determinar. E amanhã não é um dia tão distante!
Assim me determinei, vim fazer este texto sob os protestos do corpo que me atacava com o sono, com o espreguiçamento. Perdi alguns minutos nos cochilos que não conseguia evitar, mas cheguei ao final. Durante o dia ficarei atento para o espírito ficar em prioridade, apesar de ter de cumprir os compromissos materiais, mas que esses sejam feitos com os critérios espirituais, fazer o correto, fazer bem feito, ter empatia com o próximo, honrar os compromissos com simpatia e pontualidade. Aplicar sempre o amor incondicional, mesmo dentro das diversas formas que o amor se apresente, nunca deixando o primário pelo secundário. Praticar todas as devoções constantes ensinadas pelo Baghavad Gita, aceitar a ajuda de todos os mentores e protetores espirituais como Emmanuel, André Luiz, Bezerra de Menezes, Joanna de Angelis, Francisco de Assis, Clara de Assis, Rita de Cássia, Ramatis, Chico Xavier, e o grande mestre, Jesus de Nazaré.
Dessa forma caminharei hoje a trilha que o Pai colocou na minha consciência com todo esse amparo que está a minha disposição e assim eu me colocarei à disposição de todos aqueles que estiverem ao meu alcance, que seja o meu próximo nas diversas circunstâncias que a vida me oferecer.