Muitas vezes tentamos escapar de situações que imediatamente reconhecemos como pecados em outras pessoas e desconsideramos quando nós mesmos os cometemos. Também quando somos pegos em fragrante, sem desculpa plausível, dizemos a nós mesmos que nosso pecado aconteceu só daquela vez e que foi uma falha casual.
Esse tipo de comportamento tem a sua vantagem, pois mostra que estamos nos esforçando para obter uma melhora, mesmo com sérias falhas de caráter que precisam ser corrigidas. Eu já tento não julgar o meu próximo, ser bastante indulgente com ele, e ser muito crítico, muito severo comigo mesmo, com as falhas que eu reconheço em mim.
Sei que não posso fugir de algumas situações, pois assim me desqualifico para a ajuda ao próximo que eu posso oferecer. Devo sempre lembrar o exemplo de Jesus que veio ensinar ao povo como se livrar dos pecados deles, porque Ele sabia que somente aqueles que admitem e se arrependem de seus pecados podem corrigir seus erros e avançar por um caminho mais apropriado.
Lembro que Jesus era questionado pelos fariseus porque Ele comia com a ralé, como cobradores de impostos e pessoas de má fama. Jesus respondia que “Os que tinham saúde não precisavam de médicos, mas sim os doentes; que Ele tinha vindo para chamar os pecadores e não os bons.”
Quando faço essa reflexão percebo que Jesus realmente veio à Terra por causa dos pecadores, daqueles que viviam no erro, e que era importante que Ele dissesse essa verdade. Caso contrário, poderiam pensar que Ele havia vindo para ficar ao lado das pessoas importantes e poderosas e que nenhuma pessoa vil, menosprezada, humilhada, pestilenta e condenada mereceria qualquer consideração. Era necessário assim, que Jesus dissesse a verdade sobre Ele, e agora, nós, enquanto seus discípulos, também devemos dizer a verdade sobre nós.
Agora fazendo considerações sobre mim e minha dificuldade de enfrentamento do pecado sem ferir o pecador, vejo que essa solução de Jesus em falar a verdade sobre nós é uma ótima estratégia. Eu não atacarei ninguém ao falar sobre mim, dos meus paradigmas de vida, em que eu acredito, pois assim jogarei um pouco da luz que possuo sem cegar ninguém ao meu redor, pois se trata das minhas considerações no controle dos meus próprios pecados e não sobre os pecados de ninguém.