Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
11/06/2013 23h14
DEVOÇÃO CONSTANTE E IMACULADA A DEUS

Voltando aos aspectos da devoção constante a Deus, propostos no Baghavad Gita, desenvolveremos hoje a ideia da devoção constante ao próprio Deus. É a este Deus, força máxima e inteligência suprema do universo, deveria ser a devoção mais praticada, mas comigo não acontece assim. Talvez por eu ter tomado a consciência da verdadeira natureza de Deus, aquela que se adéqua melhor ao meu raciocínio, à minha exigência crítica, somente agora há pouco tempo. Até mesmo as minhas rezas decoradas tiveram outra compreensão, que a ligação que eu tinha com Ele era algo mecânico, robotizado, não entrava na dinâmica da minha vida.

            Hoje eu adquiri essa melhor compreensão de Deus e quando o Baghavad Gita coloca essa devoção constante a Ele como uma prática diária que devemos ter, eu compreendo perfeitamente a sua importância. Porém fico admirado como essa prática ainda está distante desse nível que o Baghavad Gita coloca, de uma devoção constante e imaculada de Deus. Se eu conseguisse colocar num gráfico o tempo que eu passo pensando em Deus na rotina de minha vida, acredito que ficaria abaixo dos 5%. Sem falar ainda da qualidade de “Imaculada” que o Baghavad Gita acrescenta. Então estou muito aquém do exigido.

            Posso agora mesmo tomar a decisão de a partir de agora dedicar o máximo do tempo a esta devoção constante e imaculada de Deus, mas eu acredito que não poderei cumprir com esse nível de exigência. Se até mesmo a oração que é uma coisa mais pontual, que exige pelo menos duas vezes no dia, um pequeno período de tempo, eu não consigo realizar a contento! Mas pelo menos eu poderei agora prometer me esforçar para aumentar mais tempo para essa prática, mesmo que eu consiga alcançar apenas mais alguns pontos além dos 5%, coisa que até mesmo duvido que já esteja nesse nível. Mas enfim, me esforçarei para olhar o mundo de forma diferente, de ver tudo o que eu via antes com a participação de Deus em cada detalhe da Natureza, em cada comportamento, em cada sentimento. É uma coisa estranha, eu sei, pois olho agora para além da janela do meu apartamento, vejo o mar à distância e as pessoas mais próximas caminhando no calçadão... Mas como colocar Deus em cada aspecto dessas minhas percepções? Até consigo fazer com os aspectos macros da natureza, o mar, o vento, as ondas, as estrelas... Posso colocar Deus em todas elas. Mas com relação ao ser humano, por exemplo, é tão mais difícil ver Deus naquela pessoa que está se intoxicando de cachaça na mesa da barraca, aquele que já vai cambaleando e semi-nu para destino ignorado, aquela que desfila a espera de clientes para o sexo... É bem mais difícil ver Deus de forma imaculada nessas circunstâncias, a minha mente se associa aos meus preconceitos e instintos e fica a imaginar ideias de repulsa ou aproximação, mas um tanto longe, muito longe de encarar eles como reflexos de Deus.

            Meu Deus, como tenho que aprender!

Publicado por Sióstio de Lapa
em 11/06/2013 às 23h14
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