Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
18/06/2013 09h10
NAMORANDO DEUS

            Por ocasião do Dia dos Namorados eu usei a expressão “Namorando Deus” e depois o meu racional a ficou achando estranha e talvez inapropriada. Eu estava sentindo o amor de Deus na Natureza e terminei fazendo a ligação direta, Deus-Natureza-Namoro. Para meu coração foi plenamente justificada a expressão; para a minha mente racional parecia um impropério. Na leitura de um texto do “Boa Semente – Devocional 2013” encontrei argumentos que tiraram da minha mente a critica que ficou instalada. Citando um versículo bíblico, dizia que “o amor tem sua origem em Deus. Ele procede somente de Deus. Nós, seres humanos, não amamos a Deus primeiro. Nem ao menos sentimos a necessidade desse amor. Não temos a menor ideia de que Ele é amor. No entanto, Deus é riquíssimo em misericórdia pelo Seu muito amor com que nos amou. Deus prova seu amor por nós enviando Cristo para nos ensinar a amar apesar de todo o Seu sacrifício pessoal nessa empreitada. Agora podemos experimentar o amor de Deus em Jesus Cristo.”

            Pronto! Fiz assim a conexão racional. Que é experimentar o amor? Namorar! Posso namorar Deus amando Jesus Cristo. Posso assim fazer com qualquer aspecto da Natureza, pois todos somos criação de Deus, e Deus ama toda Sua criação. Assim eu posso amar qualquer pessoa, até a mais profunda intimidade, e assim namorar com Deus. Pode parecer profano, mas segue rigorosamente a coerência racional da aplicação da Lei de Deus, a lei do amor, e o seu mandamento fundamental: amar ao próximo como a si mesmo. Não posso deixar de cumprir esse mandamento sob quaisquer pretextos. Se couber no momento amar ao próximo, com todos os matizes necessários que a mim mesmo fosse conveniente, então não é a construção de leis secundárias, de culturas ocasionais ou de opinião e sentimentos de terceiros que podem por obstáculo nesse projeto.

            Existe um problema. Quando o relacionamento afetivo entre homem e mulher se aprofunda, passa a ter forte influencia um dos derivativos do amor, o romantismo, que implica no ciúme e na exclusividade para com terceiros. Só que a vida não se resume somente na existência dos dois amantes ocasionais. Eles terão que se envolverem com outras pessoas e necessariamente essas outras pessoas passarão a ser o próximo que eu devo amar como a mim mesmo. E se as circunstâncias favorecem dentro do amor incondicional um novo aprofundamento afetivo até a intimidade sexual, isso é problema ou responsabilidade dos dois que estão se envolvendo e não de terceiros que estejam a distância, possuam ou não qualquer tipo de parentesco. Mas o ciúme foi e sempre será o grande obstáculo para que se atinja o nível de fraternidade necessário para a construção da família universal ou Reino de Deus, como foi ensinado por Jesus.

            Acredito que com essa comparação de namorar a Deus em toda a Natureza, possamos vencer um pouco a força do ciúme. Quando estou namorando alguém, estou namorando em primeiro plano a Deus, a pessoa é apenas instrumento para a realização material desse amor, assim como Jesus o foi para a materialização do amor de Deus em outro plano. Então, a vaidade da pessoa ter sido escolhida para esse enlevo afetivo devido aos seus atributos físicos ou psicológicos, deve ser dissipado na sua arrogância, pois é Deus que está sendo namorado através dela. Quando ela vir a pessoa querida namorando outra pessoa, deverá também entender que não é aquela pessoa em particular que está sendo amada, e sim a Deus. E que essa pessoa que está a observar o enlevo de sua pessoa amada com outra, deverá sentir dentro da mente e do coração todo o direito de amar também outras pessoas com o mesmo sentido espiritual, não mais material em primeiro plano. Daí teremos uma oportunidade talvez melhor da construção dos alicerces do Reino de Deus baseado na fraternidade, pois, afinal, independente de quem estejamos amando em determinado momento, sempre estaremos namorando Deus em primeiro plano.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 18/06/2013 às 09h10
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