Estou em plena madrugada. Dentro em pouco o sol se levantará no horizonte e espantará as trevas que envolvem a terra. O silêncio que agora reina lá fora, onde apenas ouço o marulhar constante das ondas do mar, logo mais estará cheio de barulhos que sinalizará o vai-e-vem de tantos em busca do trabalho, da saúde física...
Com o primeiro clarão do dia, pegarei o carro e entrarei na estrada. Vou em atividade de lazer, mas aprendi com Madre Teresa que o bem não tira férias. Onde eu estiver devo fazer a vontade do senhor, ser a luz que Ele me deu para iluminar outros caminhos que não percebem o valor mundo espiritual, as vezes nem sabem que tem um Pai tão poderoso e tão bondoso.
Sei que hoje vou para essa viagem com mais consciência quanto esse dever filial. É a primeira vez que tenho tamanho objetivo em minha mente, de ver com pragmatismo tudo ao redor, em qualquer lugar que a viajem me leve, a oportunidade de ser a luz de Deus. Deverei ter o cuidado de não me tornar um fanático, de não trazer constrangimento e inconveniência para nenhum dos meus companheiros nessa viagem. Que seja alegre e divertida como foram todas as outras, somente que agora devem ser temperadas pelo sal da vida, que é o que nós, conhecedores da vontade de Deus representamos.
Fico a imaginar, pegar o carro e ganhar a estrada. Meu primeiro movimento será no sentido de admirar a obra de Deus nos reflexos exuberantes da Natureza. Sei por experiência anteriores, que a maior parte do tempo eu estarei ligado em outras coisas. Será o meu primeiro obstáculo, trazer à lembrança o interesse do Pai. Com qualquer pessoa que eu venha a conhecer, a interagir de alguma forma, verei se vem a lembrança esse compromisso com Deus.
Não posso deixar de lembrar também todos aqueles que não puderam vir comigo nessa viagem, por qualquer motivo que seja. Onde tiverem que também recebam a proteção do Pai da mesma forma que Ele está sempre a me proteger em qualquer rota que minha estrada de repente tome.