Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
14/07/2013 22h13
UMA GRANDE MENTIRA?

            É possível se viver com outra pessoa uma grande mentira? Fiquei pensando nisso depois de assistir o filme “Testemunha de acusação.” A mulher declara no tribunal que nunca amou o marido, que vivia com ele por conveniência, e o marido abobalhado, na cadeira de réu, não conseguia acreditar no que estava ouvindo.

            Será que isso é possível? Será que fui vítima disso? Será que o amor que eu acreditava ter e tantas outras pessoas que também pensavam assim, não passava de interesses mesquinhos, materiais, de conveniência? Será que a pessoa teve a paciência de viver comigo tantos anos em nome do amor, mas por dentro com outros objetivos, de calgar uma melhor posição social, de construir patrimônios...?

            Se isso fosse verdade, traria justificativa para um comportamento que até hoje eu não consigo entender... Uma pessoa que diz amar outra, pelo menos no mesmo nível, resolve dispensar esse companheiro num momento de raiva e não considerar mais o amor que dizia um dia ter existido. Não querer ver, falar, nem tão pouco ser amigos, de frequentar a sua casa.

            Não quero aceitar que a hipótese do filme seja uma realidade para mim, apesar das semelhanças. Acredito mais que sejam qualidades diferentes de amar. O meu amor tem uma base em mim, claro, se eu não me amar, não posso amar a mais ninguém. Mas quando o meu amor se desenvolve por outra pessoa, o meu foco principal é no bem estar dessa pessoa. Mesmo que aconteça o inverso do que eu deseje, que essa pessoa não queira ou não possa desenvolver o mesmo amor por mim e prefira se aprofundar no amor com outra pessoa. A qualidade do meu amor não será tingida por sentimentos negativos, continuarei vibrando o meu amor por ela e respeitando os limites de intimidade que ela coloca. Tudo que estiver ao meu alcance para ajudar essa pessoa estará ao seu alcance, até mesmo para lhe beneficiar no amor com outra pessoa.

            Acredito que a pessoa tenha desenvolvido o seu amor por mim, mas com base no seu bem estar. Se alguma coisa acontece que ameaça a sua segurança, mesmo que seja algo que eu tenha dito, afirmado e praticado ser da minha essência, e que eu não posso modificar, ela transforma com facilidade o sentimento de amor em ódio e deixa isso se fortalecer com o tempo. Acredito que tenha sido assim, e não ter vivido uma grande mentira comigo ao longo dos anos. Seria muito destrutivo para ela, pois na minha inocência eu não seria afetado, continuaria a lhe amar de qualquer forma!

            Mesmo assim, ainda acredito que ela esteja no prejuízo, pois cultiva o ódio e intolerância em seu coração, enquanto no meu só existe amor e compreensão. O meu impulso de amor para ela é de lhe ajudar a superar essa dificuldade, mas como fazer isso, se ela entende que deixar de me odiar é aplicar um perdão por um crime hediondo em sua compreensão que não deve ter misericórdia? E que esse perdão só iria me trazer benefícios e não a ela?

Publicado por Sióstio de Lapa
em 14/07/2013 às 22h13
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