Sei que nasci ignorante das coisas materiais e que trouxe comigo as tendências apreendidas das existências transatas. Durante a minha existência tenho dever de aprender sempre, a cada momento, as coisas da matéria, as coisas do espírito. Aperfeiçoar o comportamento do meu corpo na relação com a natureza, principalmente no cuidado com meus semelhantes, e conquistar mais valores para a minha alma que evoluirá em direção às estrelas a cada conquista feita em cada existência.
Nesse processo fundamental de aprendizado no campo material e no campo espiritual, tive a responsabilidade dos meus pais nos meus primeiros dias, meses e anos de vida. No meu caso, a minha avó desenvolveu um papel fundamental, que apesar dos seus métodos brutos de educação, agradeço em grande parte a ela a direção que tomou o meu comportamento. A medida que fui crescendo fui adquirindo, além do contexto da própria vida, diversos outros professores, alguns formais nas diversas salas de aula que frequentei, outros mais distantes, mas que de forma indireta, com dores ou com prazeres, me ensinaram tantas coisas. A coincidência é sempre a presença discreta de Deus, o maior de todos os professores, que propositalmente programa a natureza para me ensinar na hora exata, com as pessoas certas e nas circunstâncias ideais. Sei também que essa ação de aprendizado é de mão dupla, pois ao mesmo tempo em que eu aprendo também estou ensinando algo ao meu redor, até aos meus próprios professores.
Além de todos os professores presenciais que tive ao longo da vida, quero hoje reforçar o papel de professores que nunca cheguei a ver, mas que sabendo do comportamento deles passei a usá-los como um modelo para que eu moldasse o meu comportamento. Não era necessário que todos esses modelos tivessem as características totais para o meu espelhamento. Mas quanto mais completo, maior a minha identificação!
Assim, eu posso listar algumas personalidades que lembro neste momento, que passaram por minha consciência e que os aceitei como modelo no burilamento da minha personalidade. Rodrigo de Vivar (o El Cid, herói da Espanha), Francisco de Assis, Roberto Carlos, Paulo VI (Papa), Adolfo Bezerra de Menezes (médico e mentor espiritual), Emmanuel (mentor espiritual), Paulo (apóstolo) e o maior de todos, Jesus, o Cristo de Deus o qual me ensinou como levar avante o caminho que o Pai colocou na minha consciência de viver o Reino de Deus. É o modelo mais completo que eu possuo e no qual todos os outros modelos que citei antes e muitos que não lembrei no momento também procuram seguir.
O modelo serve para a consciência chamar a atenção quando o que fiz não se ajusta. Tanto isso serve para criticar e corrigir o comportamento de quem está comigo, como principalmente corrigir o meu próprio comportamento. No caso do próximo essa crítica não pode vir revestida da autoridade de um julgamento, mas sim de uma admoestação fraterna da falha que o comportamento ofereceu. No meu caso sim, quando a crítica s aplica ao meu comportamento, ela deve vir na forma de julgamento para o meu caráter, da minha personalidade, dos meus valores morais, para que assim eu mude a rota de minhas ações e se for o caso, pedir desculpas e corrigir o mal que eu possa ter causado. Nesse contexto devo agir conforme Che Guevara orientou: ser firme, mas sem jamais perder a ternura. Para isso eu tenho a grande bússola comportamental que Jesus ensinou: “Não fazer ao próximo aquilo que não quero para mim.”