Na Bíblia, onde consta as palavras de Deus segundo os líderes religiosos, encontramos em Provérbios 18:22, escrito por Salomão, o seguinte: “Aquele que acha uma mulher, acha a felicidade: é um dom recebido do Senhor.”
É conhecido que Salomão foi um dos homens mais sábios que existiu e protegido do Senhor. Possuía centenas de mulheres, entre esposas e concubinas e que viviam em seu palácio. Ao escrever esse trecho eu acredito que ele sentia a permissão do Senhor em possuir tantas mulheres, e o Senhor não o desaprovava, pois ele permanecia sendo o homem mais sábio do seu tempo, com o beneplácito dEle.
O que mudou de ontem para hoje? Pois Salomão também vivia sob a lei de Moisés. Foi a nova orientação que Jesus trouxe para nós? De reorientar a lei de Moisés dizendo que os artigos maiores da lei e que estavam acima de qualquer outro era “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”? Nesse ponto eu vejo que em relação ao próximo, foi que Jesus trouxe a presença da balança da justiça e advertiu para que não se usasse dois pesos ou duas medidas. Sem condenações ou preconceitos a ninguém na sua forma de se relacionar com o próximo. Eu não posso dar ao próximo o que não quero para mim. Com essa nova orientação eu posso reavaliar a conduta ética de Salomão. Se antes dentro da lei de Moisés era permitido que ele conseguisse aumentar o seu poder, felicidade e sabedoria a cada mulher que achava, como um dom recebido de Deus, mesmo que a mulher não ficasse tão satisfeita com essa condição de ser mais uma esposa entre centenas. Agora com a orientação de Jesus eu preciso saber se essa mulher está satisfeita com essa condição. Se ela aceita vir morar no palácio do Rei, com todos os benefícios que isso lhe trará, mas terá que dividir a atenção de seu marido com centenas de outras esposas, eu não vejo pecado. Ele a aceitou dentro dos seus interesses; ela o aceitou dentro dos seus interesses. Cumpriu a orientação de Jesus!
No entanto, o grande pecado comete agora essa mulher, que sai de sua cultura monogâmica, aceita as condições poligâmicas do rei e dentro do palácio, passa a criticar a situação em que se encontra e a se maldizer dentro do seu circulo de amizades do quanto sofre em suportar a situação em que se encontra... Ora, ela não foi livre para entrar e é livre para sair? Não foi devidamente informada de toda situação para uma tomada de posição esclarecida? Se o rei se comporta dessa forma gentil e esclarecedora, tanto cumpria a lei de Moisés ontem, como a reorientação de Jesus hoje. Vejo que a mulher que aceitasse essa condição hoje de viver ao lado de Salomão era como as jovens que aceitam a condição de entrar para um convento onde todas se tornam esposas de um único marido.
Eu vou um pouco mais além e advogo que Salomão poderia até contribuir para a formação do Reino de Deus, se ele praticasse a fraternidade e a inclusividade de forma ampla e não em uma só direção. No sentido de que ele poderia ter centenas de mulheres, mas a mulher só poderia ter a ele. Todas eram protegidas por eunucos para que outros homens não participassem dessa rede de afetos. Caso não houvesse essa restrição e cada mulher, de acordo com suas necessidades, pudessem se relacionar afetivamente com outros homens, da mesma forma respeitosa e justa, então Salomão teria sido o primeiro homem a construir efetivamente o Reino de Deus neste mundo material. Então esse dom de Deus de achar mulheres seria muito melhor aproveitado!