Paulo sempre tem bons exemplos para nos dar. Eu sempre tento aprender as suas lições e aplicá-las em minha vida.
Atos 19 registra que uma multidão raivosa e ignorante se reunira em Éfeso exigindo a cabeça de Paulo, pois ele havia afirmado “...que os deuses feitos por mãos humanas nao são deuses de verdade. E está conseguindo convencer muita gente...” (v. 26).
Os ourives de Éfesos ganhavam a vida vendendo imagens de Ártemis, também conhecida como Diana. E a cidade toda levou a teologia “irreverente” de Paulo para o lado pessoal. Mas o resoluto apóstolo não viu a multidão ensandecida como uma ameaça; ele os viu como um campo missionário. Nos versículos 30 e 31 vemos que Paulo tentou aparecer diante do povo, mas foi impedido pelos amigos, preocupados com ele.
Por que Paulo iria querer falar com aquela gente exaltada? Mais adiante, em Atos 20, mais uma vez vemos Paulo mergulhado numa situação perigosa (vv. 22-23). Ele disse “...Agora constrangido pelo Espírito vou a Jerusalém, ignorando a sorte que ali me espera... prisões e sofrimentos estão me esperando”. Mas acrescentou triunfante: “Mas eu não dou valor a minha própria vida. O importante é que eu complete a minha missão e termine o trabalho que o Senhor Jesus me deu para fazer. E a missão é esta: anunciar a boa notícia da graça de Deus” (v. 24).
O desdém de Paulo com a sua própria vida se sustentava firmemente no reconhecimento de que continuaria correndo até completar a corrida. Se cruzasse a linha de chegada em Éfeso ou em Jerusalém, lhe era indiferente. Ele poderia falar da graça de Jesus Cristo a multidão. Paulo nao temia a opressão daquela multidão porque Jesus reinava em seu coração.
Paulo conseguiu compreender qual era a sua missão, depois de ter cometido erros graves como perseguir a cristãos e até a morte por apedrejamento de Estêvam. Foi necessário Jesus ter intervido de forma explicita para que a “ficha caisse”.
Também cheguei a compreender a minha missão depois de também ter cometido erros graves como de ter sido cumplice na morte de seres através do aborto, quando eu defendia que a mãe era senhora do seu corpo e que podia descartar o filho se assim o desejasse. Felizmente chegou a minha compreensão de forma lenta e gradativa o erro que eu estava cometendo, mas a aplicação do amor incondicional era o meu movimento correto. Compreendi que era essa a vontade de Deus, independente do ato sexual que podia estar envolvido.
Hoje tenho a compreensão dessa missão que é uma espécie de continuação daquela de Paulo, quando divulgava a Boa Nova, do Reino de Deus que se aproximava. Hoje, a maioria das pessoas conhecem o Deus único e da sua vontade de que estabeleçamos o Seu Reino na terra. É preciso agora fazer a prática do amor incondicional para o cumprimento dessa missão. Porém sofro dificuldades, da mesma forma que Paulo sofria horrores quando mostrava que imagens feitas pelo homem não podia ser um Deus infinitamente poderoso, pois isso mexia nos interesses materiais da massa. Da mesma forma acontece comigo, quando denuncio que a família da forma que está construida jamais alcançará o nível da fraternidade universal, do Reino de Deus, logo os interesses materiais, egoístas, individualistas despertam e sou bombardeado com todo tipo de agressões, desde as mais sutis, até aquelas mais explícitas.
Mas tenho que seguir o exemplo de Paulo e por cima de qualquer dificuldade tenho que ser destemindo o suficiente para o cumprimento dessa missão. Tenho que entender que a resistência que irei e que já estou sofrendo, é o meu campo missionário.