Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
17/08/2013 00h31
SAIGON, 1952

            Estava trabalhando meus textos e coloquei um filme para assistir na Netflix, “O americano tranquilo”. Logo na abertura ao descrever os créditos, falou da origem e data: Saigon, 1952. É o ano do meu nascimento. Pensei de imediato que deveria dizer alguma coisa para mim. Então me preparei, enquanto o filme carrega, coloco o que ele transmite neste texto.

            No inicio é descrito a natureza bucólica da região, a guerra, as drogas, o prazer, a mulher, um destino... Fala de um americano tranquilo que foi morto, esfaqueado... mas que era um amigo.

            A partir daí o filme entra em retrospectiva e o jornalista rememora sobre o americano tranquilo, traça considerações sobre salvar um pais ou salvar uma mulher... fala da liberdade do povo...

            Ele é médico, Pyle, dança muito mal... Ela é Phuong, que significa Fênix, dança muito bem...

            Pyle vai para a frente de guerra encontrar o repórter, para dizer que ficou apaixonado por sua garota, sua amante. Achou que devia falar isso para ele antes de falar para ela, e se ambos fossem casados ele na agiria assim, esqueceria tudo.

            O jornalista volta para Saigon e encontra a cidade tomada por um novo partido. Pyle coloca para o jornalista o dilema de Phuong, se ela ficar com ele, e como ele já é casado, ela nunca vai poder casar com um vietnamita. O jornalista acredita que ela não precisa casar, pois está com ele.

            Pyle promove uma reunião dos três e declara seu amor a Phuong de forma humilde e respeitosa sob o olhar irônico do jornalista. Os ânimos terminam exaltados e Phuong prefere ficar ao lado do jornalista. Pyle vai embora com o seu cão e o jornalista resolve pedir o divórcio à sua esposa.

            Apesar de tudo isso Pyle salva a vida do jornalista e leva um vinho para a sua recuperação, logo que chega a resposta, a esposa negando o divorcio. Mas o jornalista mente e Phuong inocentemente se joga em seus braços cheia de alegria. A mentira não dura muito, logo todos confrontam o jornalista com sua mentira e Pyle diz que isso não é amor. Ele tem razão, a sua forma de amar, de deixar o ser amado nos braços de outra pessoa se assim ela o desejar, é infinitamente maior que a forma egoísta do jornalista, que pretende manter a relação inclusive com mentira, com o engano da boa fé da pessoa amada (?).

            Mas Pyle tem uma atividade política perigosa, ele apoia uma facção militar que quer tomar o poder com ações de terror e isso o deixa fragilizado moralmente. A morte de inocentes serve de motivo para ele desestabilizar os seus adversários. Forma-se então um paradoxo, um modelo na vida individual, no amor por uma mulher, e o equivoco nas ações políticas, coletivas.

            O jornalista termina por se reerguer moralmente quando não compactua com essa situação e termina por participar indiretamente do assassinato de Pyle. Faz az pazes com Phuong e decide não mais voltar a Londres, para a sua esposa.

            Termina o filme de forma melancólica, o jornalista ao lado de Phuong, mas sentindo que tem de pedir perdão a alguém pelo que aconteceu.

            Fica a lição de que devemos primar por comportamentos éticos em todas as dimensões, individual e coletiva. Mais ainda, a dimensão coletiva ainda deve ter prioridade frente os interesses individuais, pois é nessa direção que o Divino Mestre nos ensinou, retirar o egoísmo de nossos corações e nos preparar para a Reino de Deus.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 17/08/2013 às 00h31
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