Todos os seres vivos tem uma missão à cumprir de acordo com a vontade do Criador. Muitos deles a realizam de forma inconsciente e segue simplesmente a lei da natureza, a lei do Criador. Nós, homens, adquirimos um grau de consciência que pode nos dar a ciência do bem e do mal e que podemos agir de acordo com a nossa vontade, com o livre arbítrio, mesmo que não seja da vontade de Deus.
Esta é a minha característica enquanto humano, tenho uma mente poderosa comparada aos seres vivos do meu conhecimento, capaz de usar a lógica no conhecimento da verdade e elaborar um roteiro de vida mais coerente com minhas necessidades e projetos.
Assim, depois de muitas elucubrações ao longo da vida, construí um paradigma que reconheço como a vontade de Deus para a minha atual existência. Reconhecendo também a autoridade de Jesus como um divino Mestre, digno representante da vontade de Deus, procuro aprender seus ensinamentos e os aplicar com a máxima pureza possível, sem sair dos seus ditames e cumprindo com fidelidade a lei do amor, o Amor Incondicional.
Esse rigor no cumprimento da Lei do Amor levou-me ao confronto com as normas culturais que estão alicerçadas nas inspirações do amor romântico, que gera famílias nucleares, cheias de egoísmo, exclusivismo e ciúme, mas que são a base da sociedade atual.
As lições de Jesus e dos profetas que o antecederam, que ajudaram na construção desse tipo de família, teve o objetivo de retirar o homem da barbárie, da lei do mais forte, incluindo limites rígidos para o comportamento, para o respeito da mulher e dos filhos, principalmente. Mas agora, se queremos aplicar com profundidade a lei do Amor Incondicional em todos os nossos relacionamentos, a família nuclear como está construída terá que passar por sérias reformulações, e se quisermos estar coerentes com os nossos anseios, com a justiça divina e respeitar a Lei do Amor, um novo tipo de família deverá ser construída com base na inclusividade e na fraternidade para com todos, formando a base da família universal, do Reino de Deus.
É neste ponto que Deus me coloca. Ele me prepara ao longo do tempo para que eu reformule a família nuclear que cheguei a construir, que eu a amplie abrindo a possibilidade de incluir outros afetos quando assim for conveniente à Lei do Amor. Quebro assim a o exclusivismo e o ciúme característicos do amor romântico e aplico a inclusividade e a fraternidade característica do amor incondicional. Tornei-me assim o porta-voz dessa nova forma de relacionamento e com ela um paradoxo: se por um lado eu construo uma aura de amor e fraternidade que me deixa desejado, por outro lado quem mais se aproxima de mim e que desperta nessas pessoas os sentimentos do amor romântico, logo passam a mostrar o ciúme e exigir exclusividade para o relacionamento que quer consolidar comigo. Nada mais incompatível! Por mais que eu também seja sensível ao amor romântico e esteja sentindo os seus efeitos, sempre eu considerarei esses sentimentos românticos subordinados ao amor incondicional e que na essência não permite o ciúme nem a exclusividade. Portanto, eu posso amar profundamente uma pessoa com base no amor romântico, que atende aos desejos da carne, mas o preparo que adquiri com a aplicação do amor incondicional, que atende a vontade do Criador, sempre terá a prioridade nas minhas ações.
Esta é, de forma resumida, o ponto de vista da minha atual condição de vida. Procuro construir relacionamentos com base no amor incondicional, mesmo não tendo encontrado até o momento nenhuma parceira que pense integralmente dessa forma. Mesmo que achem esse paradigma de vida superior, que acreditem que seja o caminho evolutivo para a formação do Reino de Deus, não conseguem sair do padrão do amor romântico e isso gera um confronto, passamos a sofrer as consequências disso: sou expulso da convivência ou evito relacionamentos quando esse confronto passa a comprometer a harmonia da vida, que é a essência que o amor incondicional sinaliza.
Hoje eu pago o preço dessa obediência à vontade de Deus como Ele colocou em minha consciência: tenho tanto amor para dar, tenho tantas pessoas que poderiam dividir esse amor comigo, desejo tanto ter alguém ao meu lado, mas moro sozinho, pois quem de mim se aproxima não consegue tirar do coração o ciúme e o exclusivismo do amor romântico, não conseguiremos conviver harmonicamente.
Sei que apesar de todo esse esclarecimento ainda tem pessoas que sofrem devido querer estar junto de mim e não aceitarem como uma verdade divina o amor incondicional assim como Deus me faz compreender. Procuro ser o mais transparente possível nos meus pensamentos, sentimentos e pensamentos, para evitar que alguém inadvertidamente se envolva comigo e inocentemente passe por esse sofrimento. Porem, não posso negar a ninguém esse direito, de quando a Lei do Amor permitir, se envolver intimamente comigo, mesmo sabendo que irá sofrer esse tipo de padecimento. Sei que eu também sofro com tudo isso, mas eu estou amparado na consciência de que faço a vontade de Deus e que até agora nenhum argumento sólido modificou a forma do meu pensar, pelo contrário, cada vez mais ele se consolida, tanto com as leituras, filmes ou quaisquer formas de comunicações, principalmente pelas intuições.
Com tudo isso, ainda reafirmo: a minha mente continua alerta e avalia cada informação ou crítica que recebe, se há coerência com a Lei do Amor que tanto defendo, se vai de encontro a vontade Deus do ponto de vista da racionalidade. Afinal de contas, tudo isso que construí tem muito de fé, mas de uma fé racionalizada, que sabe que deve se dobrar às evidências da verdade.
Que Deus me instrua sempre dentro de Sua verdade e da Sua vontade, e quando minha mente não puder articular uma explicação mais coerente, que Ele disponha de um de Seus filhos, meu irmão, para que possa colocar os argumentos suficientes e necessários para a correção de pensamentos e ações que se façam necessários.