Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três: porém o maior destes é o amor. (1 Coríntios 13:13)
Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. (1 João 4:8).
Eu já tenho esse conhecimento, porém a explicação do pastor Hagin fortalece o meu entendimento. Primeiro, ele faz uma crítica sobre a tradução da palavra grega ágape para caridade. É o que acontece na Bíblia que faço a leitura diária (Bíblia Sagrada. Editora Ave Maria Ltda, tradução dos originais mediante a versão dos Monges do Maredsous (Bélgica) pelo Centro Bíblico Católico, Edição Claretiana, São Paulo-SP, 1998).
Pastor Hagin explica que a definição da palavra caridade segundo os dicionários é boa vontade benevolente à humanidade. No entanto, o termo original empregado na passagem bíblica é ágape, que significa o amor de Deus. Em todo Novo Testamento, a palavra ágape fica melhor traduzida por amor. Em 1 João 4:8b, por exemplo, a Bíblia diz: Deus é ágape, ou seja, amor. O termo grego significa, portanto, o amor característico de Deus.
Em seguida ele faz a comparação dos três termos. Primeiro, a fé não consegue existir sem o amor. Ela depende dele para agir. O texto de Gálatas 5:6 diz: “Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão tem valor algum, mas a fé que atua pelo amor.” Pode-se perceber facilmente que o amor é maior que a fé, pois ela não consegue ser implementada de outro modo. O amor é necessário para colocá-la em ação.
Em segundo lugar, Hagin diz que a fé não funciona sem a esperança, que é preciso ter esperança em algo antes de sua fé dar substância a ela, e para isso se apoia em Hebreus 11:1 – “A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê.” Ele explica que se não tem esperança em coisa alguma, sua fé não poderá funcionar, porque não terá um objetivo em favor do qual deva crer em Deus. Sem a esperança ela é inoperante.
Estes dois sentimentos, fé e esperança, no meu modo de ver, estão intimamente associados, e ambos dependem do amor. Agora eu também tenho algumas observações a fazer no pensamento de Hagin, que está alicerçado na fé do que eu penso. Hagin diz que esses sentimentos não podem existir um sem o outro. Eu penso que eles estão tão ligados que é impossível dissociar um do outro. Eu tenho fé no que digo aqui, acredito que eu esteja certo, tenho esperança que eu esteja certo. Não vejo nessas considerações sentimentais, da fé e esperança, a necessidade da força do amor, são elucubrações cognitivas para as quais basta a procura do seu derivado, a verdade.
Outro exemplo: vou para a parada de ônibus com fé que ele passe no horário, isso está misturado com a esperança. Ele não passa no horário, minha esperança junto com a fé se desloca para um horário mais distante, os fatos mostram que ele está atrasado. O sentimento do amor não tem nenhuma influência no decorrer desses fatos, tem sim, influência na geração de emoções negativas dentro de mim. Caso eu não tenha amor, vou ficar revoltado com a situação, não considerarei qualquer circunstância que possa ter causado o atraso.
Então, nas questões corriqueiras da vida a fé e a esperança estão sempre operando e é bom que o amor esteja presente para uma maior harmonia nos relacionamentos que se formam ao nosso redor a cada momento. Mas acredito que o objetivo de Hagin não tenha sido esse, de tratar das coisas corriqueiras da vida e sim da parte filosófica mais importante, do sentido do universo e do significado da nossa vida dentro da natureza, como ela deve se conduzir no processo evolutivo. Dentro dessa perspectiva, esses três sentimentos parecem ser os dínamos universais com toda a implicação nos objetivos individuais.
Reconhecendo o amor de Deus, o amor ágape, o amor incondicional, como a maior força do universo, a essência do próprio Deus, e que todos a possuímos como semente no ato da criação, resta fazer o nosso esforço pessoal, usando o nosso livre arbítrio para conquistar sua maturação dentro de nós, como o mais belo fruto do espírito. Nesse sentido surgem a fé e a esperança como as duas pernas que nos farão engatinhar, caminhar ou correr em busca dessa maturação do amor dentro de nós. Se tiver fé em tudo que desenvolvi nesse texto, tenho a esperança de que posso correr em busca de meus objetivos espirituais, se eu tenho dentro de mim a energia do amor suficiente e necessária, então o meu livre arbítrio irá operacionar minha vontade para que eu destrua todo e qualquer tipo de egoísmo dentro do meu coração, pois são os principais adversários do amor.
Então, resumindo o que aprendi nesta avaliação, devo procurar absorver do Pai e distribuir com benevolência e fartura todo o amor que for possível eu administrar. Sei que o Pai é magnânimo na distribuição do amor, que a fonte jamais irá secar, mas depende de mim a correta distribuição daquilo que é da Sua essência e que Ele me oferta sem reservas.
Ontem mesmo, na hora de voltar para casa, entrei em conflito com essas forças presentes dentro de mim. A gula fez com que eu comprasse alimentos de forma exagerada. A consciência acusou o fato e no mesmo trajeto eu doei a metade para as garotas que fazem programa nas imediações do meu apartamento. Senti o fluxo do amor incondicional para elas e também o reconhecimento delas por esse tipo de amor, pois da primeira vez que fiz esse gesto de doação, houve a tentativa de sedução, de condicionar o bem recebido a uma troca sexual. Desta vez não houve essa tentativa, apenas o agradecimento e troca de sorrisos fraternos. Considerei que a força da gula foi usada pelo amor incondicional para fazer o bem sem esperar recompensa. Reconheci que já tenho dentro de mim uma quantidade de amor ágape capaz de fazer essa transformação no comportamento. Sinto que estou no caminho certo, pois todo o meu corpo, carne, instintos, agora sabem, que eles podem até influir no meu comportamento em algum instante, mas logo que a consciência entre em ação, vai dar carta branca ao amor incondicional para fazer o que é preciso.