Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
17/09/2013 00h01
CONTER A IRA

            O Baghavad Gita orienta que devemos conter a ira. Mesmo que recebamos alguma provocação, a pessoa deve ser tolerante, porque tão logo fique irada, ela perderá toda a compostura. A ira é um produto do modo da paixão e da luxúria, então o transcendentalista deve refrear-se da ira. É claro que chamar um ladrão de ladrão não é achar defeito, mas chamar uma pessoa honesta de ladrão é muito ofensivo para alguém que está progredindo na vida espiritual. Deve-se ser modesto e não executar nenhum ato abominável. Deve-se ter determinação e não ficar agitado ou frustrado em nenhum empreendimento. Pode ser que alguma tentativa falhe, mas não se deve ficar triste por isso; deve-se progredir com paciência e determinação.

            Sei que no contexto das virtudes que desejo implementar na minha vida, e se consigo ser eficaz nesse projeto, a ira não terá condições de se expressar. Mas acontece que em diversas ocasiões, quando me sinto frustrado ou atingido por algo, a ira continua assomando a minha consciência e dominando meu comportamento, me deixa agitado, com pensamentos acelerados que não se expressam adequadamente por meio das palavras. Sei que na maioria dos eventos frustrantes eu consigo conter a ira, mas quando ela ainda assim consegue se expressar no meu modo de agir, deixa como rastro negativo na minha memória uma sensação de impotência e de culpa, por ter agido de forma não desejada. Não é o fato de minhas reações como resposta a uma ação despropositada, incoerente e prejudicial, ser inadequada. Claro, a reação ou tomada de decisão em função de uma ação negativa perpetrada por terceiros não está sendo criticada. É a forma como ela foi tomada, com toda carga negativa que a ira conduz. Eu poderia ter tomado a mesma decisão com serenidade e até com compreensão pela ação dos outros e pela qual que me tornei vítima.

            É fácil de verificar a importância disso quando observamos a ira que as pessoas ao nosso redor desenvolvem. Numa atitude de empatia, me coloco no lugar dessa pessoa e vejo com mais clareza a importância de ter agido com assertividade, mas sem ira. Até justifico a falta de controle dessa pessoa e de como agiu dominada pela ira, mas não deixo de colocar o forte atenuante de que eu mesmo no lugar dela talvez agisse de forma parecida. Então isso termina servindo de lição tanto para mim como para ela, pois costumo dividir com a pessoa as considerações que tirei a partir do fato ocorrido.

            Na escola da vida onde Jesus é o meu principal Mestre, aprendi também que a ira é um dos sete pecados capitais e que devo aprender a contê-lo como exercício sempre frequente no aprendizado do Amor. Então, lembro-me do conceito de Amor explicado por Paulo na Bíblia e vejo que ainda tenho muita “estrada” a caminhar para ser devidamente habilitado na capacidade de Amar e a ira é um obstáculo considerável.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 17/09/2013 às 00h01
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