O Bhagavad Gita ensina que a natureza demoníaca é composta de orgulho, arrogância, presunção, ira, rispidez, e ignorância. Diz que os demoníacos querem dar um espetáculo de religião e avanço em ciência espiritual, embora não sigam os princípios. Eles são sempre arrogantes ou orgulham-se de possuir algum tipo de educação ou muita riqueza. Desejam ser adorados pelos outros e exigem respeitabilidade, embora não mereçam respeito. Zangam-se à toa e falam com rispidez, não sendo nada gentis. Não sabem o que se deve fazer e o que não se deve fazer. Sempre agem por capricho, conforme seu próprio desejo, e não reconhecem nenhuma autoridade. Estas qualidades demoníacas são assimiladas por eles desde a formação de seus corpos no ventre de suas mães, e à medida que crescem, manifestam todas essas qualidades inauspiciosas.
Aplicando essa lição ao meu comportamento, vejo que não possuo tantas qualidades demoníacas, apesar de ter nascido com elas, mas procurei não as assimilar, seja por educação ou por intuição. Somente a que acredito tenha mais dentro de mim, é a ignorância. Frente a verdade de Deus, do mundo, do infinito, sei que tenho apenas uma pequeníssima fatia de conhecimento. Pelo menos eu sinto uma verdadeira sede de obter mais e mais conhecimento, então há uma boa compensação para essa falha.
Agora esses elementos são uma boa ferramenta para eu observar o lado demoníaco das pessoas. Não que eu vá com isso sair julgando quem eu encontrar no meu caminho, não tenho esse objetivo. Porém serve para eu saber com quem estou lidando, procurar me defender e ao mesmo tempo procurar a corrigir se tiver oportunidade, levando a pessoa a olhar para dentro de si mesma e reconhecer o que eu observei e sentir a importância do tentar corrigir a qualidade inapropriada.
Vejo que as pessoas do meu convívio não possuem todas essas qualidade presentes e em alta intensidade. As pessoas que formam esse perfil têm um comportamento tão diferente do meu que deve levar a um afastamento automático, de mim para ele. Lembro que isso já aconteceu com um colega meu da academia. Descobri nele um comportamento tão desviante do meu, que chamei a sua atenção sobre a conotação antiética do que ele fez e não fui mais a sua companhia nesse aspecto comportamental. Agi assim de acordo com os meus padrões éticos, com a intuição do certo e do errado. Vejo agora o deferimento de meu comportamento por um dos livros sagrados mais importantes da humanidade.
Irei avaliar as qualidades divinas amanhã.