Essa compreensão tirada do Baghavad Gita (Cap. 16, Verso 8) pareceu-me muito forte quando aplicado a minha realidade, mas parece bastante pertinente quando aplicado a muita gente que conheço. Vejamos o que diz na íntegra:
Os demoníacos concluem que o mundo é uma fantasmagoria. Não há causa nem efeito, nenhum controlador, nenhum propósito: tudo é irreal. Eles dizem que essa manifestação cósmica surge devido a ações e reações materiais aleatórias. Eles não aceitam que Deus criou o mundo com um determinado propósito. Eles têm sua própria teoria: que o mundo apareceu por si próprio e que não há razão alguma para acreditar que um Deus por trás dele. Para eles, não há diferença entre matéria e espírito, e não aceitam o Espírito Supremo. Tudo é apenas matéria, e supõe-se que o cosmos inteiro seja uma massa bruta. Segundo eles, tudo é vazio, e qualquer manifestação que exista se deve à nossa percepção ignorante. Eles afirmam que todas as manifestações de diversidade são exibições de ignorância, assim como num sonho podemos criar tantas coisas que de fato não têm existência. Então quando acordamos vemos que tudo não passa de um sonho. Mas na verdade, embora digam que a vida é um sonho, os demônios são muito peritos em desfrutar este sonho. E assim, em vez de adquirir conhecimentos, eles cada vez mais se envolvem com suas fantasias. Eles concluem que, sendo o filho o simples resultado da relação sexual entre um homem e uma mulher, este mundo surgiu sem a presença da alma. Para eles foi apenas uma combinação de matéria que produziu os seres vivos, e a existência da alma fica fora de cogitação. Assim como sem causa aparente muitas criaturas vivas surgem do suor ou de um corpo morto, todo o mundo vivo surgiu das combinações materiais que se processam na manifestação cósmica. Portanto, a natureza material é a causa desta manifestação, e não existe nenhuma outra causa.
Esta é uma compreensão puramente materialista. É uma compreensão ainda predominante na academia, mesmo que exercita por homens e mulheres de boa conduta e sentimentos. Então por isso eu considero o termo “demoníaco” muito forte para caracterizar essas pessoas que pensam assim, já que demônio pressupõe algum tipo de maldade feita ao próximo. Eu ficaria mais confortável em classificar essa compreensão como divergente, pois não traz em si a conotação da maldade.
Mas respeito a sabedoria milenar do Baghavad Gita, talvez fazendo assim as pessoas sintam com maior força o impacto dessa falta de sintonia com o Criador e mantenedor do universo.