Mais uma derrota contabilizada para o Espírito. Dessa vez não foi por nocaute, não comi de forma exagerada. A primeira parte do dia, manhã e tarde, atravessei sem dificuldade, como sempre acontece. O meu hábito de fazer só uma refeição que adquiri desde os tempos de estudante universitário, hoje me dá essa proteção. Agora à noite quando eu tenho o costume de alimentar-me, vem o grande teste. A Gula cresce em imponência e o Espírito muitas vezes é como se nem existisse. Foi assim com esta batalha.
Apesar de que no dia anterior eu tinha recebido uma lição de que era um ramo da videira que estava intimamente associado ao Cristo, mesmo assim no momento crítico esse pensamento não chegou à minha mente. Pelo contrário, qualquer ideia de alimentação logo era aceita sem grande contestação. Não exagerei, tá certo, comi até de forma regular, mas acontece que estou em regime de controle e o meu peso é quem decide quem vence. Caso eu perca peso, eu venço “por contagem de pontos”. Caso eu ganhe peso, eu perco “por contagem de pontos”. Foi o que aconteceu. Ganhei 300 grama comparado ao dia anterior. Perdi por contagem de pontos!
Mas não perco a esperança. Continuo dentro do ringue, continuo na luta, tentando o controle sobre a Gula. Agora sei de toda sua força, já fui subjugado três vezes, duas por nocaute e esta última por contagem de pontos. Desta vez estou dentro do ringue com muito otimismo. Tenho esperança de ganhar desta vez por nocaute. Procurarei não abrir minha guarda, não alimentar desejos de alimentação, não desenvolver pensamentos nesse sentido, não fantasiar nem imaginar qualquer tipo de alimentação. Procurarei manter a imagem de que sou um pequeno ramo da videira e que estou intimamente ligado ao Cristo, que espero receber dEle toda a seiva necessária ao meu fortalecimento. Quero ser apto a mostrar este fruto que desejo amadurecer, um corpo sadio, sem sobrepeso, apto a desenvolver com vigor e competência a vontade do Pai.
Dedicarei minha vitória de hoje à Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do meu país, a mãe do meu Mestre Jesus. Dentro também do significado humano do Dia da Criança, condição essa que eu não me afastei muito, apesar do tempo está pintando de branco os poucos cabelos que me restam. Mas lembro que Jesus dizia: deixai que venham a mim as criancinhas. Pois eu assumirei o meu lado criança e procurarei estar o mais perto possível do Mestre.
Acredito que todas essas circunstâncias estejam favoráveis para a minha vitória. Não posso ser excessivamente confiante, pois já sei da força do meu adversário. Tenho que manter a humildade, mas também ao mesmo tempo a confiança na proteção e estímulo dos meus protetores e esperança na “força” do meu espírito.