Fui para Foz do Iguaçú onde fiquei hospedado no Foz Presidente Hotel. De lá fui para Ciudad del Leste, do lado paraguaio, passando pela Ponte da Amizade. O objetivo era fazer compras, principalmente de eletrônicos, pois o preço era bem abaixo do mercado. Aluguei uma van para deslocar o nosso grupo até o lado paraguaio, já que tivemos a informação de que não adiantava ir de tranporte próprio, a kombi que alugamos, pois os guardas paraguaios criavam a maior dificuldade quando percebiam que o veículo não estava no nome do condutor; iríamos gastar mais tempo e dinheiro.
Ao atravessar a ponte já observei o intenso movimento de pessoas carregadas de bolsas e o motorista informava que o movimento nesse dia não estava tão intenso como em outros dias. Fico a imaginar, agora no momento que escrevo este texto. Onde está a minha espiritualidade? Quando entro no mundo materialista, de apelo ao lucro, ao prazer dos sentidos, no burburinho das pessoas que cruzam e que oferecem todo tipo de apelo que atiça a curiosidade, fico envolvido com essa egrégora de pensamentos, sentimentos e emoções da qual nao consigo escapar. Não consigo lembrar de nenhum pensamento diferente que poderia fazer eu agir de forma mais espiritualizada. Fico totalmente envolvido com os interesses de cada pessoa do meu grupo, que também não estão sintonizados com nada de espiritual.
Agora, ao fazer essa reflexão, vejo o quanto não estou ainda preparado para o embate espiritual de forma pública. Posso ter avançado bem do ponto de vista íntimo, com meus pensamentos e sentimentos, mas fora do confronto com o mundano.
Lembro das palavras de Saint Germain quando ele diz que somos poderosos, além do que imaginamos, mas que não encontraremos o nosso poder até que comecemos a manifestar a Vontade Divina nas decisões que tomemos, em qualquer lugar que estivermos, principalmente no lado mundano da vida. Qual foi a Vontade Divina que expressei nesse momento do passeio? Nenhum!
Bem que eu não me comportei com maldade em nenhum momento, procurei agir dentro do imenso mercado desorganizado que existe no lado do Paraguai com justiça e fraternidade, mas sempre estava temendo ser enrolado pelos espertalhões que existem em quantidade naquele comércio. Por outro lado procurava encontrar os objetos mais baratos, ao lado de pessoas humildes que fazem do seu ganha-pão esse tipo de trabalho cotidiano, onde a esperteza é a qualidade que a maioria procura, com preços que procuram aplicar sem nenhum tipo de consideração pela justiça das ações, quanto mais lucro melhor, mesmo que aquele fregues eventual que muito provavelmente ele nunca mais o veja fique no prejuizo.
Enfim, tudo se passou nesse pequeno momento no comércio, longe da vontade de Deus, no sentido de aplicar a sua vontade na construção do Seu Reino. Eu, que me considero um dos seus construtores, ~e como se tivesse tirado também férias de Sua vontade... Devo pensar melhor sobre tudo isso e procurar corrigir o quanto ainda tenho de imperfeição, considerando a qualidade de um discípulo do Mestre e um obediente filho de Deus.